*Um crime passional abalou os moradores do bairro Liberdade, na noite de ontem. A estudante de Enfermagem Maria do Amparo de Oliveira, 23 anos, e o adolescente Francelino Mateus da Silva, 17 anos, foram executados a tiros. O autor dos disparos foi o marido de Maria do Amparo, o comerciante Oerdras Alves da Silva, que está sendo procurado pela polícia. Ele flagrou o casal na cama.
*O adolescente foi morto debaixo da cama, sem roupa e ainda com preservativo. Ela estava de camisola em cima na cama, ao lado de uma rosa vermelha. Os tiros foram na cabeça das duas vítimas.
*O duplo homicídio ocorreu dentro do bar Rei do Caldo, localizado no cruzamento da avenida Ataíde Teive com rua David Ramalho, que não abre às segundas-feiras. O estabelecimento pertence ao pai de Maria do Amparo, o comerciante Enoque Rodrigues.
*O curioso é que os dois assassinados eram irmãos adotivos, conforme confirmaram os pais. “Por mais que minha filha tivesse errada, ele [marido] não tinha direito de tirar a vida dela”, disse a mãe da estudante, Genuína Carvalho de Sousa Oliveira. Enoque e Genuína afirmaram para a Folha que a família criava o rapaz desde os 10 anos de idade.
*Genuína Carvalho contou que Maria do Amparo e o marido estavam brigando constantemente e partindo para a separação. Eles tinham dois filhos, uma garota de 6 anos de idade e um menino de 8 anos, que estavam com a avó.
*No domingo, Maria do Amparo foi buscar os filhos e passou o dia com eles em uma chácara, conforme contaram os familiares.
*Uma multidão se aglomerou em frente ao local do assassinato. A família, muito abalada, não conseguia explicar direito o que estava ocorrendo. A Polícia Militar foi avisada sobre os assassinatos, por telefone, por outro irmão da estudante.
*No local estavam policiais do Força Tática, Delegacia-Geral de Homicídio e servidores do Imol (Instituto Medicina e Odontologia Legal) que fizeram a perícia. O corpo foi removido por volta das 22h30.
*SANGUE FRIO – A família do casal morto narrou que Oerdras Alves agiu a sangue frio e ainda ligou para avisar. Depois de cometer os crimes, o comerciante ligou para um de seus cunhados e disse: “Eu matei a tua irmã e o Francelino”, conforme narraram os familiares.
*Ao saber da notícia, o irmão da estudante foi até o local e encontrou as portas fechadas. Ao arrombar a porta, confirmou o duplo assassinato e avisou à polícia. Até o fechamento desta edição, por volta das 23h, a polícia ainda não havia encontrado o autor dos disparos.