O Brasil apresentou, durante a COP30, o Plano Nacional de Arborização Urbana (PLANAU), uma das iniciativas mais amplas já propostas para reorganizar o verde nas cidades brasileiras. A estratégia estabelece critérios técnicos, indicadores mensuráveis e padrões internacionais de infraestrutura verde, reposicionando o país no centro das políticas climáticas urbanas.
No coração do plano está o protocolo 3–30–300, referência global adotada por cidades sustentáveis ao redor do mundo:
• 3 — Árvores em cada rua
Cada via urbana deverá ter, no mínimo, três árvores ao longo de seu percurso, ampliando o sombreamento, reduzindo o calor e fortalecendo a conectividade ecológica entre bairros.
• 30 — Cobertura vegetal por bairro
O PLANAU determina que cada bairro alcance 30% de cobertura verde, considerando parques, praças, jardins privados, quintais e áreas arborizadas públicas. O índice é reconhecido por mitigar ilhas de calor, melhorar a infiltração de água e aumentar a resiliência urbana diante das mudanças climáticas.
• 300 — Máximo de 300 metros até uma área verde
Toda pessoa deverá estar a, no máximo, 300 metros de um espaço verde de qualidade — parques, praças ou corredores ecológicos. A diretriz busca democratizar o acesso ao lazer, ao bem-estar e à saúde mental.
Além dessas metas, o PLANAU prevê a criação de corredores verdes conectando bairros e bacias urbanas, mecanismos de consulta pública, participação técnica, financiamento federal, uso de emendas parlamentares, incentivo às espécies nativas e à arborização planejada. Haverá ainda monitoramento contínuo, com indicadores disponíveis ao público.
A meta do governo é considerada ousada: elevar para 65% o número de brasileiros vivendo em ruas com pelo menos três árvores.
A proposta marca um passo decisivo na integração entre políticas urbanas e climáticas e abre caminho para que estados e municípios desenvolvam seus próprios protocolos de arborização baseados em ciência, justiça ambiental e infraestrutura verde de longo prazo.