EXCLUSIVO - Deputado mente em 'nota de esclarecimento' sobre operação Apocalipse

Um trabalho de investigação do GCCO - Grupo de Combate ao Crime Organizado, com fotos e vídeos comprobatórios demonstram que Claudio Carvalho conhecia e frequentava a casa de Fernando da Gata. Para ir à reunião com os acusados, Cláudio Carvalho se utilizo

Da Redação

31 de Outubro de 2013 às 16:14

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EXCLUSIVO - Deputado mente em 'nota de esclarecimento' sobre operação Apocalipse

Foto: Divulgação

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Para ir à reunião com os acusados, Cláudio Carvalho se utilizou de veiculo público

Mentira tem perna curta, já diz o adágio. Mas parece que os homens públicos não acreditam nesta máxima popular. Entre os descrentes está o deputado estadual Cláudio Carvalho (PT), que publicou Nota de Esclarecimento sobre seu envolvimento na operação Apocalipse afirmando que foi acusado injustamente pela Polícia Civil de ter se associado a conhecidos integrantes do crime organizado rondoniense.

A ação policial foi realizada no inicio de julho deste ano, quando desbaratou e fez cessar a atividade da organização criminosa que praticava estelionatos milionários contra o sistema financeiro nacional. Na operação Apocalipse desnudou-se também um esquema de financiamento de campanhas políticas que envolveram deputados e vereadores com a quadrilha.

Na sua explicação pública, Cláudio Carvalho afirma que realmente contratou Andréia Argemiro M. Braga, que é a esposa do criminoso Fernando da Gata, apontado como um dos lideres da ORCRIM. Vale lembrar que o cunhado do deputado Cláudio, seu conterrâneo Herminio Coelho, presidente da ALE/RO é o responsável legal pelas nomeações, transformando a casa de leis de Rondônia numa extensão da organização criminosa.

Andréia foi presa com o marido em Natal (RN) onde residia num luxuoso apartamento a beira mar. Com certeza o mais emblemático dos casos de funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa nos últimos anos. A mulher recebia como assessora parlamentar, mas na verdade não trabalhava, residindo na beira da praia com o salário pago pelo contribuinte.

Para contratá-la o parlamentar disse na sua “Nota de Esclarecimento” que Andréia foi-lhe apresentada como “pessoa

No dia 28 de março de 2012, Cláudio foi pessoalmente despachar com Fernando da Gata na residência do líder da ORCRIM

experiente” de nível superior. Também afirmou que desconhecia o parentesco de sua assessora com Fernando da Gata. Um relatório da Policia Civil desmente categoricamente estas afirmações.

Um trabalho de investigação do GCCO - Grupo de Combate ao Crime Organizado, com fotos e vídeos comprobatórios demonstram que Claudio Carvalho conhecia e frequentava a casa de Fernando da Gata.

Em 2012, Claudio pleiteava ao Partido dos Trabalhadores ser o candidato da legenda para o cargo de prefeito de Porto Velho. Na época Carvalho estava investido no cargo de secretário municipal de trânsito e o PT realizava uma prévia interna. Claudio disputava com a ex-senadora Fátima Cleide.

No dia 28 de março de 2012, supostamente buscando recursos para sua campanha, Cláudio foi pessoalmente despachar com Fernando da Gata na residência do líder da ORCRIM, na rua Pio XII, Nº 906 no bairro Pedrinhas. De acordo com os agentes que monitoravam os passos da quadrilha, foram flagrados em fotos e vídeo, chegando também para a reunião o vereador Jair Montes, Rubão (ex-vereador) e Ed Carlos. É fato que a organização criminosa se especializou em usar recursos oriundos de golpes no financiamento de candidatos da banda podre da política rondoniense.

Para ir à reunião com os acusados, Cláudio Carvalho se utilizou de veiculo público, um Fiat Uno, placa NBM – 2028, adesivado com a logomarca da prefeitura de Porto Velho.

Na peleja partidária, Fátima Cleide saiu vitoriosa do embate interno do partido. O político derrotado supostamente ficou com dividas com o grupo criminoso e logo após assumir como deputado estadual na vaga aberta com a saída de Jesualdo Pires, Cláudio Carvalho “retribuiu” nomeando Andreia ( esposa) na casa de leis com alto salário.

As imagens comprovam que Claudio Carvalho conhecia e frequentava a casa de Fernando da Gata. Prova que o parlamentar petista tinha conhecimento de quem ele estava nomeando era a esposa do suspeito. Prova que Claudio Carvalho utilizou-se de uma nota de esclarecimento mentirosa e leviana, com o intuito de confundir a opinião pública.

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