A Assembléia Legislativa de Rondônia fechou o ano de 2011 deixando aos rondonienses um legado de mediocridade, escândalos e repugnância. Foi, sem dúvida, uma das mais amargas heranças deixadas à sociedade nos últimos tempos.
Há um constrangimento público, que os parlamentares, com raras exceções, não se deram conta e contribuem para desmoralizar esse espaço, de importância fundamental à modernização da democracia.
A alternativa que melhor se aplica, para revitalizar a Assembléia Legislativa, residente, principalmente, fora do Parlamento, qual seja a fiscalização por parte da sociedade. Somente ela pode assegurar mudanças na forma de conduta de legisladores.
Entretanto, para que essa participação se realize, com maior visibilidade, é preciso que os poderes constituídos neste País ampliem os mecanismos de transparência. Ainda há uma grande faixa de ação no Executivo, no Legislativo e no Judiciário que ignora a exigência de ser transparente.
Erra, pois, o presidente da ALE em exercício, deputado José Hermínio Coelho, quando pensa que vai mudar a face deformada daquele poder com a simples exoneração de pessoas nomeadas pelo seu antecessor. É preciso ir mais além. A penúria moral na qual está mergulhada aquela casa exige muito mais que a degola sumária de meia dúzia de cabos eleitorais.
Infelizmente, há setores de comando que insistem em se comportar como donos do espaço político e tomam decisões que ferem frontalmente os princípios fundamentais da administração pública. Desgraçadamente, grande parte dos que compõem a ALE segue essa orientação.
Estamos às vésperas de iniciar um novo período legislativo. Cabe aos que se dizem comprometidos com a moralização daquela casa, levar a ALE a enfrentar o desafio de superar a péssima imagem construída.
A população rondoniense está diante de um perigoso caminho que é perder a credibilidade naqueles que a representa. É o que vem, a cada ano, acontecendo. O saldo atual não poderia ser pior. Comportaram-se, muitos dos que ali têm assento, de forma medíocre e escandalosa.
Eles, por si sós, se destruíram. Mas não arrastaram à lama apenas um punhado de pessoas. Pelo contrário, arrastaram, também, o estado. Envergonharam a população, ajudaram a alimentar o dragão da corrupção e a desgastar a imagem de Rondônia mundo a fora.