Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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Vantagem de Sobrinho em pesquisa é tão grande que a arrogância pode atrapalhar o PT 1 – ÊXTASE PETISTA Não tire o leitor conclusões apressadas no caso de se deparar, por estes dias, com um petista porto-velhense de alto coturno exibindo no rosto uma expressão de gozo comparável à que Bernini conseguiu imprimir na face da escultura de Santa Tereza D’Ávila para expressar o êxtase da religiosa ao ser atingida pelo dardo angelical do amor divino. Não considerado. Vossa mercê estará redondamente enganada se imaginar que o animal aí foi afetado por alguma espécie de idiotia fulminante e involuntária ou está sendo bombardeado por uma descarga glandular retardada decorrente de uma masturbação matinal. Ou coisa assim. Possivelmente, no entanto, deva ser nada disso. O mais provável – e nisso reside a aposta da coluna –é que o espécime em questão tenha tomado conhecimento dos números de uma pesquisa de opinião encomendada pelo PT e realizada pelo Instituto “Vox Populi” para auferir a preferência do eleitorado da Capital caso a eleição fosse hoje (na primeira quinzena de abril, época do trabalho de campo). Os resultados começaram a circular entre os partidários no começo na semana passada e os petistas foram às nuvens – de onde ainda não deve ter descido o militante hipotético. Não é, de fato, para menos. O projeto de reeleição do prefeito Roberto Sobrinho (PT) está, como se diz por aí, “bombando” por qualquer ângulo que se pretenda examinar. Material de uso interno, portanto, sem registro na Justiça Eleitoral, sua divulgação é restrita. Os fragmentos colhidos de petistas diversos, no entanto, convergem para um ponto segundo o qual os números mostram um Roberto Sobrinho disparado, isolado numa dianteira para lá de confortável, com algo situado entre os 45% e os 50% de intenções de votos, não bastassem os mais de 20 pontos percentuais de vantagem sobre o concorrente mais próximo – o deputado federal Lindomar Garçom (PV). Que, embora seja o único da concorrência a registrar índices com dois dígitos, teria perdido pontos em relação às pesquisas anteriores do próprio PT. 2 – REFLEXOS EXTERNOS E como a pesquisa foi realizada após um longo período em que as obras da Prefeitura estão praticamente paralisadas pelas chuvas, números tão alentados constituíram-se numa grande surpresa até para os petistas. Foram testados diversos cenários, com Sobrinho tendo que enfrentar diferentes listas de concorrentes, com e sem partidos coligados. Em todos o prefeito porto-velhense teria assegurada, senão a reeleição já na primeira etapa, seguramente a passagem para o segundo turno numa posição quase impossível de ser alcançado conforme os parâmetros de simulações realizadas com esse patamar de antecipação. No caso, o que existe são apenas pré-candidaturas, a maioria das quais permanece no âmbito das especulações, estimando-se que diversas destas sequer cheguem ao final de maio com chances de confirmação. Por isso, o número de indecisos ainda é elevado, impossibilitando que os pré-candidatos objetos das sondagens, por maior que seja sua popularidade, atinjam os mais de 50 pontos percentuais que dispensariam a realização da segunda etapa do pleito. Seja como for, os resultados destas pesquisas mexeram com as lideranças dos partidos que participam da administração petista na Prefeitura de Porto Velho e acerca dos quais se cogita que devam consolidar tais parcerias em alianças eleitorais objetivando a reeleição do prefeito Roberto Sobrinho. Não mais que de repente, por exemplo, o PDT – de quem há tempos não se ouvia falar em procedimentos dessa ordem, ao menos oficialmente – apressou-se em fazer divulgar aspectos gerais de uma reunião entre o presidente regional da legenda, o senador diplomado Acir Gurgacz, o prefeito Sobrinho e o dirigente petista Odair Cordeiro, com direito a publicação de foto que é para não deixar alguém na dúvida. Nada, porém, que já não se soubesse. O partido pretende manter a parceria, quer, portanto, fazer a aliança, timidamente reivindica a candidatura de vice-prefeito, mas como as negociações ainda são incipientes, nada pode ser adiantado. 3 – REAÇÃO NO PMDB Foi no PMDB, porém, onde os impactos das pesquisas de que se fala se fizeram sentir com mais intensidade. Alertado pelo quanto tais números reforçam as posições dos petistas que defendem a hipótese de chapa puro-sangue e alarmado com o avanço dos peemedebistas que questionam a parceria com o PT e ameaçam sabotar a proposta de palanque comum esgrimindo teses como a da candidatura própria – não bastasse a súbita iniciativa do PDT buscando entrar num vácuo eventual -, o grupo aliancista partiu para o ataque numa tentativa de salvar o acordo alinhavado há tempos pelo prefeito Sobrinho e pelo senador Valdir Raupp, presidente regional do partido. Nesse sentido, a primeira iniciativa do grupo – de que se sabe ser integrado ao menos pelo vereador Emerson Castro (titular da Secretaria Municipal de Esportes) e pelos também secretários Evenilson Trindade (titular do Meio Ambiente) e Pedro Beber (adjunto do Planejamento) – teria sido no sentido de uma autocrítica. Por acomodação, conforme essa avaliação, deixou-se o pessoal dissidente muito à vontade para agir, confiando primeiro que suas teses haveriam de sucumbir por inanição e, depois, em que, no final das contas, a autoridade do senador Valdir Raupp somada à vontade do prefeito Sobrinho seriam suficientes para assegurar automaticamente o sucesso da aliança. Conforme as primeiras avaliações, não se vai exigir do senador Raupp mais do que o que ele já fez – aí incluída a sua manifestação clara no sentido de que, no que depender da direção regional, uma eventual candidatura própria na Capital não sairá do solo. Conforme os aliancistas, dentre os dissidentes que mostraram a cara resta dissuadir apenas o diretoriano Antônio Magalhães. E quanto aos petistas que defendem a eugenia da chapa, lembram que, não bastasse o desgaste que a arrogância e a prepotência da idéia pode produzir, o atual acordo tem conexões com 2010 no que diz respeito a interesses cruciais das duas legendas. Perscrutaria, portanto, também o horizonte longínquo.
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