Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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Prefeito desarticula “frentão” e leva conspiradores para seu palanque em Candeias 1 – CANDEIAS EM FOCO Parece ter fenecido mais cedo do que se imaginava o movimento que andou sendo cogitado em Candeias do Jamari, entre o final de 2007 e o começo do ano em curso, objetivando formar um “frentão” político-partidário capaz de derrotar, a um só tempo, as duas lideranças do pedaço que vêm se alternando no comando do poder Executivo desde a fundação do município – a saber, Francisco Vicente de Souza (o “Chico Pernambuco”, primeiro e atual prefeito, eleito pelo PDT e hoje filiado ao PMDB) e o deputado federal Lindomar Garçom (PV), que administrou o lugar por dois mandatos, do início de 1997 ao final de 2004. O movimento teria surgido de conversas de rua, espontaneamente, a partir de cogitações sobre a exaustão dos discursos, dos estilos administrativos e das imagens das duas lideranças que protagonizam as disputas políticas do lugar, tendo sua ressonância ampliada no início do mês passado, quando o antagonismo ameaçou evoluir para uma escaramuça na medida em que Chico Pernambuco elevou tom das denúncias segundo as quais Lindomar Garçom estaria abusando do mau costume de atribuir para si obras decorrentes de recursos alocados na Prefeitura por políticos como os senadores Valdir Raupp (PMDB) e Fátima Cleide (PT), além dos deputados federais Mauro Nazif (PSB) e Marinha Raupp (PMDB). Antes de chegar aos partidos, a idéia teria adquirido contornos mais definidos na Associação Comercial, de onde teria saído com, segundo se imaginava, força suficiente para aglutinar numa frente político-partidária independente lideranças como o professor Raimundo das Chagas (PDT), o empresário Ismael “Magrão” (PP), o sindicalista Nonato da Ceron (PT), entre outros. A conspiração, no entanto, teria durado até o rumor sobre tais atividades chegar aos ouvidos do prefeito Pernambuco – que, afinal, pela amplitude das alianças que vem construindo e pelo favoritismo que exibe frente ao projeto de reeleição, resultaria no principal prejudicado na hipótese de galvanização da pregação voluntarista. 2 – FUXICO LETAL Algo que chegou a animar os conspiradores foram as demonstrações de agressividade exibidas por Chico Pernambuco no começo do arranca-rabo com o deputado Lindomar Garçom, principalmente depois que o prefeito, conforme noticiou à época o articulista Carlos Sperança (jornal “Diário da Amazônia” e site “Gentedeopiniao”), “gravou uma mensagem em áudio e botou um carro de som percorrendo as ruas de Candeias e do Distrito de Triunfo, taxando o parlamentar de irresponsável e de mentiroso”. De camarote, foi como os insurretos prepararam-se para assistir o que se prenunciava como uma furiosa refrega. Para começo de conversa. Apostou-se que, com a evolução e o recrudescimento do sarrabulho, Pernambuco e Garçom haveriam de produzir graves escoriações nas imagens públicas um do outro, terminando por exacerbarem-se nas pejorações mútuas, algo que inevitavelmente tenderia a enfraquecê-los simultaneamente, a ponto de criar condições para a conspiração apresentar-se à opinião pública na forma de um “frentão” independente com o objetivo de postular o poder municipal em outubro. Como se sabe, porém, se o segredo é a alma do negócio, nessa atividade em particular o sigilo é para lá de vital. Conquanto não se saiba quem foi o Joaquim Silvério dos Reis do Candeias, o fato é que alguém teria tomado a iniciativa por o prefeito Pernambuco a par das inconfidências, entregando todo o serviço. Só que, em vez de mandar esquartejar os conspiradores, o prefeito Pernambuco teria tratado de desarticular o movimento com açúcar e com afeto. Diz-se que, com ou sem “frentão”, Pernambuco permaneceria como favorito, porquanto o simulacro do deputado Lindomar Garçom – o seu tio Osvaldo Sousa (PV), o “Dinho” – continuaria não sendo páreo (na eleição passada totalizou 2 mil 120 votos contra 3 mil 336 do eleito), além de que o efeito predatório do movimento seria menos intenso nos currais oficiais. Como, no entanto, seguro morreu de velho, Pernambuco teria preferido aliar-se aos seus potenciais inimigos. 3 – FRUSTRAÇÃO GERAL Seja como for, coincidência ou não, se não cessaram as afrontas entre Pernambuco e Garçom, desde então estão sendo mantidas nos limites tidos como civilizados. No âmbito da negociação, é sabido que se amiudaram as conversas entre o prefeito e os partidos das supostas lideranças da conspiração. Hoje se fala num palanque com Pernambuco enfeixando as bandeiras do PP de Ismael “Magrão”, do PDT do professor Raimundo das Chagas, do PT do sindicalista Nonato da Ceron (aí incluída a forte possibilidade da legenda indicar o candidato à vice), além de outras agremiações de menor porte. Do outro lado, “Dinho” tentará navegar apoiado pelo PRB, PPS, PSL e outros, mas desde já os comentários dão conta de que não está apto para segurar o leme como o faria o próprio Garçom. Mas não se imagine que a conspiração não tenha deixado seqüelas. Consta que, enquanto o movimento se manteve ativo e como uma possibilidade real, as notícias sobre sua existência se espalharam como um rastilho. Assim, até que os rumores sobre a sua desarticulação começassem a circular, os níveis de aceitação entre a população haviam atingido alturas insuspeitadas. Pois é exatamente nessa inesperada e imensa frustração coletiva que está apostando o PSOL de Candeias, que já decidiu participar da disputa de outubro e escolheu a dedo o seu pré-candidato. Trata-se do presidente da Associação dos Pequenos e Médios Produtores Rurais da Linha 45, Osmar Boisa Castilo, mais conhecido como “Bola Branca”, que não é exatamente um neófito em política. Disputou a primeira eleição aspirando a Assembléia em 1990 pelo PSC e, por ter liderado o processo de emancipação de Itapuã, foi prefeito-tampão do município de fevereiro de 1992 até a posse do eleito em outubro. Hoje, entre outras ações, lidera o Projeto de Assentamento Florestal Jequitibá, cuja previsão é receber 600 famílias. Enfim, o PSOL crê que com Pernambuco e “Dinho” o que estarão polarizadas serão as altas rejeições de ambos, criando espaço para um “tertius”.
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