Depois de muito puxa-escolha, discursos esfarrapados e promessas mirabolantes, o presidente Lula resolveu sancionar a chamada PEC da transposição, mas vetou o essencial, ou seja, o aspecto remunetário. O sonho de ingressar nos quadros da União e receber um salário melhor foi sepultado pelo petismo. E o que dizer, portanto, de aposentados e pensionistas. Pura maldade, deixar essas pessoas de fora da transposição. Mas Lula as deixou. Provavelmente, aconselhado por um bando de aloprados, cuja inteligência não vai além do próprio umbigo.
Agora, vem o senador Valdir Raupp e diz que os técnicos do Senado vão analisar os vetos, como se isso fosse a panacéia capaz de aplacar a decepção causada pela lorota da transposição. O problema não é técnico, senador, mas político. Acorda! Lula vetou porque sabe que o Senado é um poder genuflexo, não tem coragem para peitá-lo. Quero ver se Raupp, Valverde e Cleide vão votar contra o veto presidencial. Duvido que eles coloquem seus privilégios pessoais e partidários acima dos legítimos interesses dos servidores. No fundo, eles sabiam dessa trapalhada.
Dizer-se que Lula decepcionou Rondônia, é pouco. Aliás, Lula nunca esteve preocupado com os destinos de Rondônia. Nem ele, nem seu antecessor FHC, em cuja administração o funcionalismo comeu o pão que o diabo amassou. Recorde-se da quebra da estabilidade, um direito do servidor, conquistado a duras penas. Prova de que Lula não está nem aí para Rondônia é que, na última eleição, nem aqui pôs os pés, para pedir os votos dos rondonienses. A dinheirama do PAC é para enganar os incautos a votarem na Dilma.
Ao presidente interessa, apenas, os votos da bancada de Rondônia. E PT saudações! É a política do é dando que se recebe, ou seja, os políticos dão a Lula os votos de que ele precisa para fazer passar seus projetos, nas duas casas e, em troca, são brindados com cargos públicos, em seus estados de origem, para acomodarem apaniguados e cabos eleitorais.
Na maioria dos casos, os postos são ocupados por chefetes incompetentes, que se comportam como se fossem donos dos cargos, tratando subordinados e contribuintes como capachos, como se estivessem ali fazendo um favor à população, e não cumprindo um dever para o qual é remunerado (e muito bem remunerado, diga-se). Isso, evidentemente, quando comparecem à repartição.
Não adiante, portanto, Raupp, Cleide e Valverde tentarem justificar o injustificável, acreditando que todo mundo é néscio. Essa é apenas mais uma demonstração de desprezo que Lula nutre pela categoria dos servidores, outrora bandeira de luta do PT, mas que, hoje, não passa de papel inútil, que se lança na lata de lixo.