JULGAMENTO: Cabeleireiro que ateou fogo e matou marido é condenado a 17 anos e 6 meses

Crime aconteceu no ano passado e teve grande repercussão em todo o Estado

JULGAMENTO: Cabeleireiro que ateou fogo e matou marido é condenado a 17 anos e 6 meses

Foto: Divulgação

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Na última sessão da segunda reunião do Tribunal do Júri em 2019, em Vilhena, foi levado a julgamento popular, o cabeleireiro Ozéias Cassimiro de Camargo, 33 anos, acusado do de atear fogo, em setembro de 2018, no companheiro Daniel Reis, com quem era casado em cartório. A vítima faleceu no dia seguinte, na UTI do Hospital Regional de Vilhena.

 



De acordo com os autos, após mais uma das frequentes discussões que o casal tinha, por ciúmes, Ozéias teria jogado gasolina em Daniel e ateado fogo. Testemunhas afirmaram ter ouvido a briga violenta entre os dois e, logo depois, os gritos de socorro da vítima. 



Ainda de acordo com os autos, os vizinhos disseram que saíram para a rua após os gritos e encontraram Daniel com o corpo queimado. Ele teria dito que havia sido Ozéias quem ateou fogo nele. A mesma informação teria sido repassada pela vítima aos Bombeiros, que a levaram ao hospital; e à mãe, que foi vê-lo na unidade de saúde. 



A Promotoria de Justiça, representada pelo promotor Elício de Almeida e Silva, pediu a condenação do réu por homicídio qualificado pelo uso de fogo.  Ao expor aos jurados as provas contidas nos autos, que segundo promotor, mostravam que o réu ateou fogo na vítima, Elício revelou também a sua percepção sobre o réu: “O que tenho percebido desde o primeiro momento é uma frieza por parte de Ozéias, que não tem a menor compaixão pela vida alheia e não demonstra nenhum arrependimento”, disse. 



O advogado de defesa, Márcio de Paula Holanda, buscou convencer os jurados de que o que aconteceu não foi um crime doloso, e sim, o crime culposo. Para isso, buscou meios de provar que o réu não queria matar a vítima, que o ocorrido foi um acidente. Holanda argumentou que, após a briga inicial, que ocorreu na casa, Daniel teria ido para o salão de beleza que fica na parte da frente da residência. Instantes depois, Ozeias teria ido até onde Daniel estava e encontrou a porta fechada. 



Ele teria pedido algumas vezes para Daniel abrir a porta e, como não obteve resposta, arrombou, e encontrando o parceiro com o galão de gasolina na mão. Ele teria tentado tirar da mão marido o galão de combustível, mas Daniel resistiu e, no “puxa-puxa”, o líquido foi jorrando do recipiente. Até que, num puxão mais forte, Daniel teria tirado o galão de Ozéias. 



No ambiente, havia um ventilador de teto que estava ligado, e a hipótese levantada elo advogado é que uma faísca desse equipamento eletrônico possa ter causado o incêndio. “Os dois se queimaram, Ozéias também sofreu queimaduras”, disse. 



Holanda ainda argumentou que Ozéias teria prestado socorro ao pegar uma mangueira e apagar o fogo do companheiro. “Houve, sim, a possibilidade de socorro, havia vestígio de água no local, prova de que Ozéias apagou o fogo. Se ele quisesse matar Daniel, não teria tentado ajudá-lo”, evidenciou Holanda, que sustentou como tese alternativa a exclusão da qualificadora. 



No meio da tarde, a juíza Liliane Pegoraro Bilharva leu a decisão dos jurados, que acataram a tese acusatória e condenaram o réu por homicídio qualificado. Ao dosar a pena, que foi estabelecida em 17 anos e 6 meses, a juíza negou ao réu o direito de recorrer em liberdade.          



Clique aqui e relembre a morte da vítima no hospital; e aqui a versão do acusado.

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