O período mais crítico do verão amazônico está chegando: nos meses de agosto e setembro, com muita poeira, fumaça e quase sem chuva, as queimadas se espalham por toda Rondônia.
E os efeitos nocivos e negativos vêm em cadeia: cidades tomadas por uma cortina de cor escura, cinzas que se espalham pelas casas, crianças e idosos com doenças respiratórias, voos comerciais sendo cancelados, enfim, impactos que afetam a vida de todos.
O Rondoniaovivo procurou os principais órgãos públicos que cuidam da defesa ambiental em Rondônia para saber qual o planejamento para enfrentar esses problemas: Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam).
Apenas Corpo de Bombeiros e ICMBio em Brasília (DF) responderam aos pedidos da redação do jornal eletrônico. Cinco dias após a solicitação, até o fechamento desta reportagem, Ibama e Sedam não se manifestaram.
Detalhes
Segundo o Corpo de Bombeiros, o início das ações de combate a incêndios florestais da Operação Verde Rondônia estaria previsto para começar no último dia 04 (uma segunda-feira).
As atividades serão coordenadas pela Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e Corpo de Bombeiros; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Equipes terão muito trabalho nos próximos meses - Foto: Governo de Rondônia
Segundo o texto dos Bombeiros, as instruções de nivelamento de combate a incêndios florestais da Operação Verde Rondônia serão aplicadas pela Força Nacional. Nos dias 09 e 10 de julho (neste sábado e domingo), as equipes serão distribuídas, e no dia 11, as bases entrarão em funcionamento.
As equipes estarão concentradas em sete bases de forma direta: Linha 28 em Nova Mamoré; distrito de União Bandeirantes (Porto Velho); distrito de Nova Samuel (Candeias do Jamari); Cujubim; distrito de Rio Branco (Buritis); distrito de Novo Planalto (Seringueiras) e no município de Alta Floresta d’Oeste.
São regiões que detêm o maior número de focos de calor no Estado. Com essas brigadas, diariamente 93 homens trabalharão exclusivamente no combate às queimadas e a incêndios florestais.
Por meio de Termo de Descentralização de recurso, a Sedam disponibilizou R$ 2,1 mi (dois milhões e cem reais) para serem usados no pagamento de reforço, diárias oriundas do Executivo Estadual e na aquisição de equipamentos.
O coronel Sanchez, do Corpo de Bombeiros, afirmou que no ano de 2021 foi percebida a redução de 14% de focos de calor, durante os 75 dias operação. Ele também ressaltou que é esperado um período maior de estiagem, aumentando o número de focos de calor e se fazendo necessária uma maior atuação das equipes de prevenção em todo o Estado.
O secretário adjunto da Sedam, Demargli da Costa Farias destacou que o Governo de Rondônia já vem trabalhando em ações contínuas em todo o Estado, e com a Operação Verde Rondônia, essas atividades serão intensificadas e com um maior aporte.
Demargli da Costa Farias informou ainda, que existe uma forma de fazer ‘queimada controlada’, a fim de atender a um determinado objetivo, como por exemplo, para fins de limpeza de pastagem.
“O proprietário de uma área com vegetação, que deseja realizar a queimada controlada deve obter uma autorização da Sedam; pelo meio online, acessando a página da Sedam no Portal do Governo”, finalizou.
Entre agosto e setembro, queimadas se tornarão comuns no cotidiano dos rondonienses - Foto: Christian Braga - Greenpeace
Federal
Já o Governo Federal, por meio do ICMBio, informou ao Rondoniaovivo que “o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade que cada uma das 334 unidades de conservação federais possui autonomia para o planejamento das ações de prevenção e combate a incêndios, levando em conta as características específicas locais, como histórico de ocorrência, vegetação, parcerias locais e regionais etc”.
Segundo a assessoria de comunicação, o “Plano de Ação é dividido em etapas, entre elas, a preparação, com planejamento, identificação e aquisição de equipamentos, capacitação de servidores e brigadistas, contratação e meios e institucionalização de parcerias; prevenção, com educação ambiental, confecção de aceiros e realização de queimas prescritas, e o combate, pela supressão de incêndios”.
O ICMBio ainda informou que “para 2022, está prevista a contratação de mais de 1,3 mil brigadistas para atuarem exclusivamente nas ações de prevenção e combate ao fogo. Ressalta-se que 1/3 desses autorizados para contratação deste ano possuem contratos estendidos – até 36 meses”.
E concluiu: “O efetivo de brigadistas para 2022, nas 25 unidades de conservação da região Norte com risco de incêndios, é de cerca de 270. Entretanto, para casos emergenciais, fora do Plano de Ação, o ICMBio deverá ser acionado para responder ao incidente conforme as necessidades”.