A rodovia de integração, que liga Rondônia ao Pacífico é muito bonita. Toda ela é asfaltada e é uma viagem que vale à pena. No primeiro dia (01), chegamos em Puerto Maldonado por volta das 17h30min.
Foto: Divulgação
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A rodovia de integração, que liga Rondônia ao Pacífico é muito bonita. Toda ela é asfaltada e é uma viagem que vale à pena. No primeiro dia (01), chegamos em Puerto Maldonado por volta das 17h30min. São 1.096 quilômetros de Porto Velho à Maldonado. Uma gigantesca ponte está sendo finalizada, por isso ainda é necessário atravessar de balsa. Essa travessia vai custar 20 solis (cerca de R$ 12). Você deve dormir em Maldonado, não tente seguir viagem à noite, mais adiante você vai entender o por que. Puerto Maldonado é uma cidade grande, com trânsito agitado e muita gente nas ruas. Aproveite para comprar uma jaqueta jeans ou outras roupas de frio, você vai precisar com toda a certeza e por lá os preços são bem em conta. Procure um mercadinho e compre também algumas frutas, água mineral, bolachas e sucos, na estrada você até vai encontrar isso, mas pagará mais caro e não terá a mesma variedade. Dormimos em Maldonado e lá paga-se caro nos hotéis. A diária gira em torno de 160 solis (R$ 101). Você pode até encontrar hotéis mais baratos, mas bastante precários.
Saímos de Puerto Maldonado às 6 horas de sexta-feira. Nos primeiros 180 quilômetros você já vai sentir que está subindo, mas é quase imperceptível. Várias pequenas comunidades ao longo da rodovia, todas sinalizadas, com quebra-molas e placas indicativas. Você começa a perceber também uma mudança na paisagem, pastos dão lugar a florestas. Quando você chegar na comunidade Santa Rosa, começa a subir de verdade.
Importante: O carro utilizado nesta viagem foi um Corolla, câmbio manual. As subidas são muito, e íngremes, não sei ao certo como se comportaria um carro com câmbio automático nestas circunstâncias, melhor verificar com sua concessionária. O Corolla é 1.6, gasolina e me impressionou. Carro valente e extremamente confortável.
Você vai subir a primeira serra, chamada Sierra Santa Rosa. Neste trecho você começa a ter uma idéia do que virá pela frente, mas nada, absolutamente nada te prepara para as
alturas a serem atingidas. Devido ao fato de ser sempre subida, e a estrada com muitas curvas sinuosas, não tem como desenvolver velocidade. E nem precisa. O visual é fantástico e deslumbrante. Prepare sua câmera com pilhas e cartões de memória porque você vai ficar impressionado. Mais impressionado ainda quando chegar ao cume do monte e vir uma placa informando que você está a 4.725 metros de altitude em relação ao nível do mar,na comunidade Abra Pirhuayani. Mas antes chegar às alturas, você vai se emocionar ao ver, durante a subida, os picos nevados. Durante toda a subida a temperatura vai caindo. Se seu carro tiver aquecedor, você vai usar. Do contrário, prepare-se para sentir frio. O ar também é rarefeito e a percepção disso é muito clara, sua cabeça vai doer e você poderá sentir enjôos. Vale lembrar que essa altura é absurda e pessoas mais sensíveis podem precisar de um tubo de oxigênio, se for esse seu caso, providencie um. Outras medidas que ajudam a evitar o Mal de Altitude são hidratação abundante, pelo menos quatro litros de líquidos por dia. Como essa necessidade varia muito de pessoa para pessoa e de situação a situação, a melhor maneira de saber se estamos bem hidratados é olhar a cor da urina. Ela deve ser muito clara, quase como água e em boa quantidade.
A balsa do Abunã atrasa a viagem em cerca de 40 minutos e é cara. Atualmente custa R$ 13,50 para ir e o mesmo valor para voltar. As estradas no Acre estão mal conservadas e sem sinalização ou placas informativas. Você fica perdido e quando encontra alguém e pede informação, a pessoa não sabe. No lado brasileiro da imigração, não existe nenhuma informação. Quando chegamos, passamos direto porque um guarda da Força Nacional indicou. Ao chegarmos na imigração peruana que fomos informados da necessidade de um registro de saída no lado brasileiro e tivemos que voltar para fazer o procedimento. No lado peruano da rodovia, em todas as vilas existem quebra-molas, no mínimo dois, o que também impede que se corra muito na estrada. Durante a subida, em alguns pontos, a água brota no paredão e atravessa a pista, portando cuidado com aquaplanagem. Ali, se cair, não escapa nem a alma. Alguns trechos da estrada existem placas informando sobre a possibilidade de deslizes de terra, portanto, toda cautela. Durante a subida a descida, toque a buzina nas curvas. Acredite, você vai precisar disso. Não esqueça de comprar roupas de frio ou levar de casa.
Quando for comprar qualquer coisa em Cuzco pechinche. Um objeto que eles pedem 100 solis pode sair por 50. Respeite as motos, no Peru esse é o principal veículo utilizado.
Arme-se de paciência, a estrada é longa, cansativa e não dá para correr nas subidas. No mais, a viagem vale a pena e a distância a ser percorrida é praticamente a mesma entre Porto Velho e Cuiabá. A diferença é que você vai estar conhecendo uma cultura diferente e a um custo muito baixo. Minha viagem inteira saiu por R$ 1.700,00, em duas pessoas, hospedando-se confortavelmente, comendo bem e comprando um monte de souverniers peruanos. Não esqueça de revisar freios e pneus, não dá para arriscar com pneus carecas. Se seu carro tiver motorização 1.0, ele pode até subir, mas vai demorar mais. No Peru a maioria dos carros é 1.0. Quem for de camionete deve evitar circular em Cuzco com o carro. As ruas são estreitas. Deixe-o em uma garagem e circule de taxi. Não tente gambiarras, do tipo tentar passar usando um documento qualquer. Os únicos aceitos são RG ou Passaporte. No mais, boa viagem, vale muito à pena. A próxima é para Lima, a cidade dos reis.
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