Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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*1 – JORNAL DO PT *Ensina o jornalista Luiz Gonzaga Motta, professor da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Núcleo de Estudos de Mídia e Política (Nemp), que a “midiapolítica” ou a “telepolítica” (termos dele) é hoje um dado de realidade e todos os segmentos sociais já perceberam isso. É na mídia, assegura, que se realiza o jogo político do poder. Atualmente não há um só sindicato, partido, organização não-governamental ou movimento social que não tenha percebido isso e se organizado para a mídia. *Todos eles têm assessorias de comunicação profissionalizada, sites bem produzidos, estratégias de marketing, etc., com resultados surpreendentes. Bem ou mal, todos lutam pela inclusão na mídia. Existir politicamente é ganhar visibilidade na mídia. Ignorar isso é desconhecer a moderna disputa política. Todos os segmentos da sociedade se organizaram para “publicizar” suas posições e isso é tão ou mais importante hoje quanto ter representação nos parlamentos. *Falando nisso, pelo visto, parece que o PT rondoniense não apenas andou assimilando os ensinamentos do professor Gonzaga Motta como, de uns tempos para cá, decidiu considera-los ao pé da letra. Por conta disso, tudo leva a crer que seus dirigentes não sossegarão até equipar o partido com, no mínimo, um jornal diário impresso. Até onde esta coluna pode informar, na mais recente investida – suspensa no início da semana - a direção da legenda esteve bastante próxima de alcançar o propósito midiático. *Mas como já se sugeriu, não é de hoje que essa preocupação se instalou entre as prioridades dos petistas do pedaço. Há cerca de um ano – pouco mais que isso -, a missão foi confiada ao jornalista Alan Alex (do jornal eletrônico “Portal364” ou “ClicRO”), que faz assessoria para a senadora Fátima Cleide (PT), mas não necessariamente teria sido a responsável pela encomenda. Numa cogitada associação com o jornalista Paulo Andreolli (saite “Rondoniaovivo”), Alan chegou a considerar a aquisição de uma impressora para o projeto. *2 – ACORDO MALOGRADO *Conquanto a coluna não tenha obtido detalhes, outra acometida dessa natureza teria sido tentada, igualmente sem sucesso, desta feita por intermédio do jornalista Osmar Silva, responsável pela montagem de semanários em Ariquemes na década de 1980, o mais bem sucedido dos quais circulou em todo o Estado sob o título de “O Parceleiro”. *Até que, nas derradeiras semanas do mês passado, entre os jornalistas bem informados, dava-se como certa a informação segundo a qual o PT de Rondônia estava na iminência de assumir o controle do jornal “Alto Madeira”. Não obstante o rumor ter circulado num momento em que uma sucessão de fatos está a indicar que o mar não está para peixe no setor local de imprensa, soube-se depois que a notícia tinha fundamento. As negociações avançaram bastante e só não chegaram a cabo porque o escritor e empresário Sued Pinheiro, proprietário da Central Brasileira de Marketing (CBM), empresa que representa legalmente a publicação, não concordou com os termos finais dos petistas. *O malogro de um acordo dessa natureza - não bastasse lamentável do ponto de vista de previsíveis ganhos na qualidade da informação – sepulta possibilidades de desagravar a insidiosa crise que ronda a atividade e cujos efeitos deletérios já provocaram a extinção recente de uma publicação diária – o jornal “Diário do Povo”. Como desgraça pouca é bobagem, o saite mais premiado e noticioso eletrônico mais acessado do Estado - o “Rondoniagora” – foi levado a demitir profissionais contratados para colocar no ar a primeira televisão ao vivo da Internet de Rondônia porque o suporte tecnológico local não consegue assegurar a qualidade da transmissão ininterrupta. *E mais uma publicação diária pode fechar, com mais jornalistas obviamente no olho da rua, caso o governador Ivo Cassol (PPS) permaneça fazendo o que se supõe ser pura cena no episódio que envolve a negativa do seu governo em reconhecer uma presumida e vultuosa dívida - e os credores desta cumpram a ameaça que lhes é atribuída. *3 – LEBRES LEGÍTIMAS *Diz respeito, leitor, ao jornal “Folha de Rondônia”, arrendado por uma empresa de publicidade que serve ao governo. A suposta dívida seria referente a publicações oficiais do Estado (editais, avisos, anúncios etc) veiculadas no período anterior ao arrendamento. Para os proprietários, os empresários João do Vale e Aires do Amaral, o governador Ivo Cassol demonstraria vontade de resgatar o compromisso. Ocorre que o vice-governador eleito João Cahula, a quem compete atestar os serviços por ser Chefe da Casa Civil à época em que foram prestados, se recusa terminantemente reconhecer as despesas. Desconfiados de que instruído pelo próprio Cassol, os empresários teriam ameaçado retomar o jornal e fechá-lo caso não se resolva o problema. *Sarrabulhos íntimos à parte, resta torcer para que o PT não apenas não desista do acalentado e avançado projeto de mídia, como o torne real o quanto antes. E, mais importante, que o exemplo seja seguido por outros partidos. Ganham todos. A começar pelo leitor, que vai poder saber o que está comprando para ler, evitando levar gato por lebre. Os europeus - que não são bestas – já contam com jornais dessa natureza há décadas. Sob influência do modelo norte-americano, por aqui se dá o inverso – tem-se a impressão da imparcialidade quando, na verdade, a mídia age como partido político. *Como observa Noam Chomsky, não obstante tratar de interesses públicos, a imprensa é controlada pelo capital privado. Assim, assuntos da esfera pública são tratados de uma forma privada quanto ao conteúdo, ao direcionamento, ou a maneira pela qual eles são analisados. As corporações têm um poder colossal de selecionar os fatos e de divulgá-los de acordo com os seus interesses. E dá para estes a aparência de fatos públicos, quando na verdade são privados. Logo, movida por interesses que não são os públicos, a imprensa toda é, de fato, partidária. Melhor – muito melhor - pois, que se saiba da natureza do produto a partir da embalagem em que se confia.
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