Cassol protesta contra reportagem da Veja

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Foto: Divulgação

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*Em resposta à reportagem publicada em sua revista na edição de 12 de agosto venho de público – como governador do estado e rondoniense de coração e adoção – rechaçar, contestar e condenar as afirmações feitas pelo deputado Paulo Delgado, do PT de Minas Gerais, erroneamente endossadas pela revista. *É uma imensa injustiça o que a matéria diz, ao afirmar que somos meros dependentes do dinheiro do governo federal, que não temos “carteiras assinadas”. Que sobrevivemos apenas dos “contracheques” do serviço público, ou que somos “uma União Soviética na Amazônia”. *Não poderia haver erro maior e Veja, aparentemente, deixou-se levar pelas palavras de um político sem expressão, que quer apenas desfrutar o brilhareco de uma ação política equivocada: pedir a intervenção federal em Rondônia. *Ao dizer tamanho disparate, o deputado petista induziu a revista pelo caminho de um jornalismo discutível e reprovável: não verificar as informações recebidas. *Tivesse feito esse dever primário, Veja saberia que Rondônia tem, sim, “carteiras assinadas”. *Mais de 180.000 pessoas trabalham de modo formal, em milhares de empresas de pequeno, médio e grandes portes, num arco imenso de atividades no comércio, indústria e prestação de serviços. A esses milhares de trabalhadores do setor privado somam-se, com muito orgulho, os quase 40.000 servidores do Estado. *E eles recebem seus contracheques rigorosamente em dia. Aliás, os funcionários do estado recebem no mês trabalhado e não no quinto dia útil do mês seguinte. Quantos outros estados da federação podem dizer isso? *Vale dizer também, Senhor Diretor, que é graças à pontualidade do pagamento dos servidores, espalhados pelos 52 municípios do Estado, que o comércio de Rondônia tem o seu melhor desempenho em duas décadas. A inadimplência é mínima e o servidor tem crédito. *O deputado e a revista erram mais ainda, ao dizer que dependemos do dinheiro federal para sobreviver e que, sem ele, a máquina do estado e a população de Rondônia estariam na bancarrota. *Na matéria, afirma-se que 25% do PIB dependem do dinheiro federal. Mas a revista não diz que esse dinheiro nada mais é do que a parcela do Fundo de Participação dos Estados, dinheiro esse arrecadado em Rondônia pelo governo federal, através da cobrança de impostos. Não é nenhum favor que nos fazem. É um direito de Rondônia. *A revista Veja, por ter ouvido apenas o deputado à procura do brilhareco, não sabe que os 75% restantes de nosso PIB são compostos pela produção e trabalho de 26.128 corporações, de todos os setores. Ou que neste exato momento ¬¬243 empresas estão se instalando em Rondônia, para gerar 5.365 novos empregos. Sem contar os 43.183 produtores rurais. *Mais ainda: nossa arrecadação em 2006 deve chegar a dois bilhões e setecentos milhões de reais, dos quais 1,36 bilhão derivam de receita própria, o que nos coloca como o estado que mais cresce na região Norte do Brasil. Nosso PIB em 2006 já ultrapassa oito bilhões e quatrocentos milhões de reais. Enquanto o Brasil cresce míseros 3 a 4 % ao ano, Rondônia crava 16,51 %! *Buritis, um dos 52 municípios do Estado - que por sinal foi tema de reportagem elogiosa e recente da própria Veja - é o campeão brasileiro em desenvolvimento: cresceu espantosos 700% . Com esses números, Senhor Diretor, é justo e verdadeiro dizer que dependemos do governo federal? Que estamos na bancarrota? *No parque industrial de Rondônia podem ser encontrados dezenas de frigoríficos que exportam carnes de primeira para 23 países da Europa, Ásia, África e América do Norte. Quando os mercados russo e japonês se fecharam para o centro-sul, por conta dos focos de febre aftosa, foi em nosso rebanho de quase 12 milhões de cabeças – o sexto do país - que eles vieram comprar. E compraram muito bem. *Temos laticínios com tecnologia de ponta para a fabricação de leite condensado e em pó, comercializados em todo o país; indústrias moveleiras que abastecem a França e Itália – mercados rigorosos para a aquisição desses produtos; empresas mineradoras que trabalham o granito, abastecendo os mercados da Europa e da Ásia. *Nossas agroindústrias e indústrias de transformação, nossos fabricantes de alimentos e bebidas, fazem de Rondônia um estado dinâmico. A distribuição de renda é a segunda melhor do país. Perdemos apenas para Santa Catarina. Nosso PIB per capita cresceu 42% em relação ao ano passado. Outra informação: o IDH de Rondônia – Índice de Desenvolvimento Humano – é o 11º. do país. *Sua revista, ao citar o francês Philippe Lena, analista de correntes migratórias, comete um equívoco – para não dizer uma imensa injustiça, ao nivelar todos os migrantes como seres ávidos em ascender na pirâmide social. Mesmo que fosse verdade – o que não é - qual o mal em pretender subir na vida? *A maioria absoluta dos migrantes que vieram para Rondônia, vieram para trabalhar seriamente e assim fizeram, escrevendo uma saga humana poucas vezes encontrada na história das colonizações. Temos orgulho de nossos migrantes. *E como diz o hino oficial, um dos mais lindos do Brasil, fomos e somos bandeirantes modernos, sentinelas avançadas do Brasil, destemidos pioneiros. Mas hoje, a composição populacional aponta este número: 49,5% da população já é nascida em Rondônia. Em menos de um ano, os rondonienses natos serão a maioria. *Somos um Estado jovem, Senhor Diretor. Mais da metade da população, exatos 57,3%, tem entre 15 e 49 anos. Noventa e um por cento da população com mais de 15 anos é alfabetizada. A taxa de analfabetismo em Rondônia é de 8,58% enquanto a média nacional é de 11,56%. *Por todos esses dados – e por tantos outros que eu poderia citar – não aceito e não concordo com o que Veja publicou, ao citar o deputado. Se na matéria apontam-se figuras públicas envolvidas em falcatruas – que sejam punidas com rigor. Mas esse descalabro não é exclusivo de meu Estado. É um câncer que corrói todo o país. Mas que não se humilhe os rondonienses de bem. *Que o deputado petista (onde ele estava quando se descobriu todo o mar de lama gerado pelo PT?) venha conhecer Rondônia e peça perdão pelo mal que causou. E que a revista reflita sobre as inverdades que endossou. *Ivo Narciso Cassol *Governador do Estado *Porto Velho, 14 de agosto de 2006.
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