*"Respeito é bom e a gente gosta". Esta, segundo o governador Jorge Viana, é a frase ideal para o Brasil dizer ao presidente da Bolívia, Evo Morales, diante das condições em que se encontra o relacionamento entre brasileiros e bolivianos na fronteira com o Acre, onde cerca de 15 mil acreanos estão sendo ameaçados de expulsão de terras adquiridas ao longo dos últimos anos.
*A opinião de Jorge foi externada após tomar conhecimento da reportagem da edição da revista IstoÉ desta semana. Ele admite a existência do problema na fronteira, mas considerou alguns pontos da reportagem "exagerados".
*No entanto, o governador acredita que o melhor caminho para colocar um fim ao desconforto diplomático causado por Evo Morales será o do diálogo. "Acredito que haverá um entendimento e uma solução entre o governo brasileiro e boliviano. A Bolívia não pode desprezar um vizinho como o Brasil, e lamentamos a forma como o presidente Evo Morales vem criando esse ambiente de insegurança e prejudicando as nossas relações com a Bolívia", disse Jorge Viana.
*O governador frisou a luta do governo do Estado em reafirmar ainda mais o relacionamento de fraternidade entre brasileiros e bolivianos lembrando que o Acre foi um dos maiores incentivadores para o fim do uso de passaporte na fronteira, tendo como objetivo acabar com as barreiras entre os dois países. "O ideal é que o presidente recoloque suas idéias e nos respeite. Acho que é importante a Bolívia ter soberania, lutar em defesa do que é seu, do seu povo, mas o caminho que o presidente está tomando não é o mais adequado para resolver essa questão", finalizou.
*Sejusp está vigilante
*Na visão do secretário estadual de Segurança e Justiça Pública (Sejusp), Antônio Monteiro, não há de fato um conflito estabelecido na fronteira do Brasil e a Bolívia. Segundo ele, há um sensacionalismo sobre o assunto, mas isso não tem desviado a atenção da Sejusp para o caso. Monteiro disse ontem que já tomou conhecimento do assunto e que a maioria dos brasileiros com terras na Bolívia têm dupla nacionalidade, reduzindo, portanto, uma série de problemas judiciais que poderiam ser desencadeados.
*O secretário afirmou que não descarta um conflito na região de fronteira, mas declarou que os brasileiros devem respeitar a legislação boliviana e que é necessário que os acreanos se adequem a essas regras. "Nós também temos que aprender a respeitar as leis bolivianas da mesma forma como queremos que eles nos respeitem", disse. (S.P.)