O ato arrogante de vituperar e vociferar o discurso injurioso do ódio, alimenta e dissemina ações ilegais e aterrorizantes do comportamento humano. A linguagem persuasiva malevolente é violentadora das leis constitucionais vigentes que garante ao cidadão os seus direitos, as suas liberdades civis e a inviolabilidade imaculada da vida.
Sem essas garantias fundamentais, a impoluta e briosa democracia brasileira torna-se hediondamente ferida e desonrada, visto que a virtuosa cidadania deixa de ser plenamente exercida na sociedade, promovendo danosamente o conluio crapuloso da devassidão, da libertinagem e do desregramento abusivo e desdenhoso do status quo vigente no país.
O eminente jurista brasileiro, Hélio Pereira Bicudo, nos diz que diante de um quadro contristador, convém reafirmar que a cidadania só se constrói dentro do Estado de direito democrático, respeitando-se as instituições estabelecidas pelo povo nas suas constituições. Hélio Bicudo, ainda nos alerta ao dizer que “não é isso o que pretendem os segmentos mais conservadores da sociedade brasileira, quando tentam desfigurar o significado da representação política. A cidadania somente existe e cresce na medida em que os representantes do povo verdadeiramente o representam”.
Quanto ao discurso do ódio, a jurista Samantha Ribeiro nos esclarece que “ o discurso do ódio precisa ser combatido pelo Estado democrático de direito, nesse particular, não há qualquer divergência. Mas a essência do sistema democrático, do pluralismo e da garantia da liberdade de expressão, exige uma discussão ampla e aberta, na qual prevaleça a convivência pacífica das ideologias e opiniões. Não existe democracia sem liberdade de expressão do pensamento”.
O ódio profundo é propulsor de guerra, é uma manifestação xenófoba e desditosa da fala e da escrita, é uma ideia exacerbada e bestializada do ser, é um ato de superioridade ao outro e da demolição da condição humana, é um estado de arrogância e de incitação à discriminação racial, social, religiosa, de gênero, ideológica, inclusive em desfavor das minorias sociais marginalizadas da sociedade.
O discurso do ódio incita hodiernamente a violência, causando medo, pânico e terror, tornando-se tenebrosamente as mazelas e os gargalos do mundo moderno, e criando figuras fundamentalistas possuídas por debilidades que sustentam e financiam a mentira ardilosa da empáfia humana.