Preocupado com a falta de médicos e peritos no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), principalmente nas agências do estado de Rondônia e na Região Norte do Brasil, o senador Confúcio Moura (MDB/RO), voltou a cobrar nesta quarta-feira (16), uma solução para o problema que vem prejudicando quem precisa de atendimento e beneficiários.
“A situação é dramática. A falta de médicos e peritos nas agências atinge diretamente a população que adoece, que é acidentada, aposentada ou pensionista, e teve o benefício cortado e, portanto, parou de receber, e fica dependendo da caridade de parentes ou amigos”, menciona.
De acordo com o senador, em audiência por meio de videoconferência com o presidente do INSS, José Carlos de Oliveira, em Brasília, ele solicitou que sejam tomadas medidas urgentes para resolver o problema, e na oportunidade inclusive destacou que é necessário o enfrentamento e coragem para solucionar a questão.
Soluções
“Há um grupo de servidores que não quer que melhore, querem mais concurso público. Seria o ideal o concurso para todas as agências do INSS do Brasil, porém sabemos que hoje, com a questão fiscal, isso não é possível. A saída mais rápida para o momento é a contratação de mão de obra terceirizada como já faz o Poder Judiciário”, sugere.
Além da contratação de profissionais do setor privado, Confúcio Moura defende outras soluções, como: realização de atendimentos virtuais e o deslocamento de médicos peritos, por tempo determinado, para as agências que têm grande procura.
Desumanização
O parlamentar relata que ele tem recebido inúmeras reclamações de aposentados, de funcionários do setor privado, doentes, acidentados, por qualquer natureza, que ficam correndo atrás de um médico perito de cidade em cidade.
Entre os casos, cita uma correspondência recebida por um morador de Alto Paraíso de nome Alessandro, que teve que viajar do município onde mora até a capital, Porto Velho, para ser submetido a perícia médica após ter sofrido fratura grave no tornozelo, porque a cidade mais próxima Ariquemes, não contar com médicos e peritos.
O longo percurso de mais de seis horas, relata o paciente na carta, trouxe consequências graves à sua saúde, com o surgimento de uma trombose venosa profunda. Na correspondência, Alessandro também menciona casos de outros pacientes que enfrentam as mesmas dificuldades no estado e pede solução para a situação desumana.
Para o senador, uma das causas que contribuem para o agravamento da situação nas agências do INSS, é o fato de que os médicos peritos, após passarem em concurso público preferirem ficar nas grandes cidades, “pelo conforto que oferecem a eles e a suas famílias”.
Por outro lado, ficam que deveriam ser beneficiários “à míngua”, sem salários, sem aposentadorias, e correndo meses e até anos, atrás de uma consulta pericial para poder receber os proventos mensais de sustento de suas famílias.
“Isso é de uma crueldade muito grande. Esse é um tema que atormenta, justamente, as pessoas mais pobres do Brasil, de menores salários, em situação vulnerável são as mais prejudicadas”, conclui Confúcio Moura, que vem cobrando uma solução para o problema desde o ano passado na Tribuna do Senado.