Dilma alerta para risco de governo sem votos, pede mobilização pacífica
Foto: Divulgação
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A presidente afastada Dilma Rousseff pediu que as pessoas continuem mobilizadas para defender a manutenção de seu mandato de forma pacífica. Em um discurso que durou 14 minutos e 13 segundos dentro do Palácio do Planalto, e outro realizado já do lado de fora voltado aos militantes que aguardavam sua saída, ela disse que o maior risco do governo de Michel Temer é não ter sido eleito popularmente, e alertou ainda para a possibilidade de repressão aos movimentos populares que resistirem ao que ela classificou novamente como 'golpe':- O risco maior para o país é ser dirigido por um governo dos 'sem voto'. Um governo que não foi eleito pelo voto direto da população brasileira, que não tem legitimidade. É um governo que nasce de um golpe, de um impeachment fraudulento, uma espécie de eleição indireta - disse a presidente, visivelmente abatida.
Dilma Rousseff e Jaques Wagner em uma janela do Palácio do PlanaltoDilma esvazia gavetas e assina últimos atos.Senador Vicentinho Alves, do PR, notificará Dilma de seu afastamentoSenador Vicentinho Alves, do PR, notificará Dilma de seu afastamento.Ela acusou ainda a oposição de não ter se conformado com a derrota das urnas e de ter sabotado seu governo:- Desde que fui eleita, parte da oposição, inconformada, pediu recontagem dos votos, tentou anular as eleições e passou a conspirar com um único objetivo, tomar à força o que não conquistaram nas urnas. Meu governo tem sido alvo de incessante sabotagem.
Dilma fez também um chamado aos defensores de seu mandato, pedindo que eles continuem 'mobilizados, unidos e em paz', e afirmou que lutará para exercer seu mandato até o dia 31 de dezembro de 2018:- Aos brasileiros que se opõem ao golpe, independentemente de posição partidária, faço um chamado para que mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. A luta pela democracia não tem data para terminar e exige de nós mobilização constante. A luta contra o golpe é longa e nós vamos vencer.A presidente afastada voltou ainda a lembrar os tempos de tortura, e disse que sofre uma nova injustiça, e negou ter cometido crimes:- Já vivi a dor indizível da tortura, da doença e agora sofro a dor inominável da injustiça. Esse é um processo frágil, juridicamente inconsistente, injusto, desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente. É a maior brutalidade que pode ser cometida a um ser humano, puni-lo por um crime que não cometeu. Não existe injustiça mais avassaladora do que condenar um inocente. Essa farsa jurídica que estou sendo alvo deve-se ao fato de que, como presidente, nunca aceitei chantagem de qualquer natureza. Posso ter cometido erros, mas não crimes.
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