O blábláblá eleitoreiro - Valdemir Caldas

Estamos em ano eleitoral. O assunto do momento é a sucessão estadual. A briga pelo cargo mais importante do estado promete lances inesquecíveis. É o que garantem alguns observadores.

O blábláblá eleitoreiro - Valdemir Caldas

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Estamos em ano eleitoral. O assunto do momento é a sucessão estadual. A briga pelo cargo mais importante do estado promete lances inesquecíveis. É o que garantem alguns observadores.
É claro que a discussão não acontecerá no campo doutrinário ou ideológico, como mandam as boas regras da política, visando à resolução dos graves e complicados problemas que afligem o cotidiano da população.
Esses, certamente, cederão lugar aos discursos inócuos, às promessas apocalípticas, às acusações destituídas de conteúdo e às divergências paróquias.
Propostas concretas e duradouras, voltadas à solução dos crescentes e angustiantes problemas rondoniense, nem pensar.
O negócio, mesmo, será aniquilar, eleitoralmente, o adversário, Afinal, projetos factíveis e de conteúdo ideológico não interessam ao eleitor.
No fundo, o que predominará é ambição desvairada pelo poder, um oportunismo desprezível e descarado, que em nada ajuda a descobrir a cura para os males econômicos e sociais crônicos que corroem as estruturas do estado.
Quem se julga preparado para conduzir, com acerto, um estado com sérios problemas, como é o caso de Rondônia, não pode agir sob os influxos da falsidade, da vaidade, do egoísmo ou de privilégios menores, mas responsavelmente e isento de premiações imediatistas.
Quem se considera capaz de representar Rondônia, no Congresso Nacional, estoicismo e dignidade, não pode está contaminado pelo vírus da corrupção. Há um candidato à reeleição, para o senado, por exemplo, que já bateu o recorde na modalidade de processo judicial.
A situação por que passa o estado de Rondônia resulta de muitas causas, mas, principalmente, da crise de caráter que tomou conta do ambiente político. Há exceções. É claro, mas pouquíssimas. Hoje, o que conta, mesmo, são os privilégios eleitoreiros, em detrimento dos anseios sociais.
Nesta hora de crise aguda, quando o deserto de espírito público e a ausência de consciência social se apossam dos corações e mentes de muitos daqueles que deveriam nos representar com respeito e dignidade, cabe à sociedade chamar a si a responsabilidade e mudar a paisagem política estadual, escorraçando de seus quadros os pigmeus de caráter, mais comprometidos com seus privilégios inconfessáveis do que com os nossos angustiantes dificuldades.
O voto consciente evita o aparecimento de aventureiros de todos os matizes. A demagogia, como instrumento de luta social, esvaiu-se. Precisamos de uma nova mentalidade política, consubstanciada na ética e na defesa dos interesses da população. Segurança pública, saúde e educação, precisam não apenas compor os programas dos candidatos, mas tornarem-se medidas concretas e duradouras. Chega de blábláblá eleitoreiro que a nada conduz.
Direito ao esquecimento

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