Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, nunca deixou de ser um dos criminosos mais importantes do Brasil embora, aos 41 anos de idade, tenha passado metade da vida na cadeia.
Foto: Divulgação
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Ele se diz apenas assaltante de carro-forte, é considerado um dos líderes do Comando Vermelho, está há mais de 20 anos atrás das grades , sabe, como ninguém, como funciona o crime organizado no País. Seu endereço atual é uma prisão de segurança máxima em Catanduvas, no interior do Paraná.
Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, nunca deixou de ser um dos criminosos mais importantes do Brasil embora, aos 41 anos de idade, tenha passado metade da vida na cadeia. Em vasto material escrito a mão, são mais de 1000 folhas de papel, Marcinho contou ao jornalista Renato Homem sua história com a criminalidade. A infância e adolescência na favela, a entrada no mundo do crime e a convivência com traficantes ao virar “aviãozinho do tráfico, as primeiras prisões, o ingresso no meio político, considerado por ele outro sub Mundo do crime bem mais lucrativo que o tráfico , os acertos com a polícia e o total descaso das autoridades no cumprimento da lei para quem está “esquecido” pela justiça nas prisões federais.
Segundo Marcinho VP, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, é um dos piores criminosos que o país tem e, de acordo com VP, não pode nem ser respeitado e chamado de bandido. “ No mundo do crime existe ética e respeito coisas que Sérgio Cabral desconhece, afirma Marcinho”.
A justificativa é de que no mundo do crime traidores não conseguem respeito de ninguém.
Em suas cartas , Marcinho revela também como foi sequestrado pela própria polícia para financiar policiais corruptos. Revela que a morte do jornalista Tim Lopes se deu por acaso e que a notícia divulgada pela imprensa e a própria polícia não é o que exatamente aconteceu.
São esses, e outros temas fortes que tornam “ O Direito Penal do Inimigo” uma excelente opção de leitura.
Preso há 22 anos, Marcio Santos Nepomuceno, o “Marcinho VP”, lançou “O Direito Penal do Inimigo” em outubro do ano passado. A obra, de 358 páginas, foi editada pela Gramma Livraria e Editora, e contou com a colaboração do jornalista Renato Homem.
A obra restabelece verdades e se revela um libelo contra a discriminação e o preconceito. Marcinho esquadrinha o seu dia a dia no cárcere, aborda a execução penal no Brasil, além de revisitar episódios marcantes da crônica policial do Rio de Janeiro, que a opinião pública conhece somente pela narrativa oficial. Livro será lançado no próximo dia 20 de julho, a partir das 18h30m, na Livraria Leitura, no Porto Velho Shopping, em Porto Velho, Rondônia.
- O cárcere impõe restrições ao ir e vir, mas jamais será capaz de impedir o preso de pensar”, raciocina Nepomuceno, que deu forma ao livro por intermédio de cerca de 200 cartas endereçadas a Homem a partir de 2016.
O conteúdo da obra, que entrará na segunda edição, é carregado de memórias do autor, que brinda os leitores com um olhar de quem enxerga o mundo por trás das grades há mais de duas décadas. Marcinho VP está condenado a um total de 42 anos e oito meses de prisão. Ele não registra nenhuma condenação por tráfico de entorpecentes, mas tem assinalada uma sentença de 36 anos de prisão, acusado de um duplo homicídio que ele nega participação. O homem apontado como o executor do crime fora absolvido pelo Tribunal do Júri. Os jurados, porém, tiveram um entendimento diferente, condenando Marcinho a 36 anos de reclusão.
Renato Homem tem 55 anos, carioca, e é jornalista há 33 anos. Por 20 anos, Homem atuou como repórter policial de alguns dos principais jornais do Rio de Janeiro, como O Globo, Extra, O Dia, além de ter trabalhado como assessor de imprensa de órgãos governamentais ligados à área de segurança pública. Marcio Nepomuceno tem 42 anos, é casado, pai de seis filhos e está custodiado desde agosto de 1996. Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).
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