A prisão de três policiais militares do estado de Rondônia no último dia 23 de março durante uma operação desencadeada pelo Ministério Publico Estadual deu um início a uma série de ações que transformaram uma área de terra no munícipio de Chupinguaia em um barril de pólvora.
Entre os presos estavam um Sargento ligado ao 3º Batalhão de Vilhena, um gerente e dois “empregados” da fazenda denominada de Nossa Senhora Aparecida, que foi tomada por integrantes do movimento agrário Liga dos Camponeses Pobres – LCP.
De acordo com a investigação do Ministério Público, o Sargento preso havia sido contratado para o serviço de pistolagem, além de ser responsável pela coordenação dos trabalhos, o MP ainda chegou à informação de ele teria recrutado outros três policiais militares com o valor de R$ 900 por dia trabalhado.
Armas e munições também foram encontradas sob posse desses policias. Que ainda de acordo com o MP, tentaram realizar diversas reintegrações na região, sem qualquer mandato ou ordem Judicial.
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Pressão do Governador
Logo após essas prisões o governador Marcos Rocha se reuniu com representantes da segurança do Estado e cobrou de forma incisiva a prisão dos invasores membros da LCP e uma ação ostensiva de combate às tomadas ilegais de terra.
De acordo com moradores da fazenda, o grupo da LCP agrediu pessoas, expulsou famílias de residências e destruíram patrimônio privado durante a tomada da terra.
O secretário estadual de segurança pública, Coronel Hélio Pachá, afirmou em coletiva cedida à imprensa, que apenas aguarda a expedição de um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça de Porto Velho para dar início a retirada dos invasores.
“Ainda não sabemos o efetivo que levaremos para o local, a demanda já está na Justiça de Porto Velho e aguardamos apenas a ordem Judicial”, afirmou Hélio Pachá.
Barril de pólvora
O mandado deve ser expedido em breve, de acordo com o que foi dito na reunião entre o governador e seus comandados da Segurança, uma mega operação será montada para retirar à força que não ouvir a ordem de reintegração de posse no local.
Na região da fazenda, a animosidade entre os ambos os lados vem trazendo preocupação para o risco do local se tornar um campo de batalha.
De um lado há quem esteja indignado com a invasão da fazenda e a prisão dos policiais, de outro, os camponeses revoltados com, segundo eles, a brutalidade de pistoleiros na região.
A violência no campo em Rondônia não é uma novidade, são diversos os relatos de conflitos entre policiais e camponeses, que em sua grande maioria termina em violência.
Em 9 de agosto de 1995 no município de Corumbiara, um confronto eles PM’s e Sem Terra culminou com a morte de 10 pessoas, entre eles, dois policiais e uma criança de nove anos de idade.