Líder indígena recebe título de doutor da Unir
Foto: Divulgação
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O líder indígena Almir Narayamoga Suruí, 38 anos, receberá o título de Doutor Honoris Causa da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) no próximo dia 8 de março. O evento acontecerá no auditório da Unir-Centro, em Porto Velho, às 16 horas. A concessão do título foi proposta pelo colegiado do curso de Mestrado em Geografia da UNIR e aprovada em reunião do Conselho Superior Acadêmico (CONSEA) em agosto de 2011.
Almir é o líder do povo indígena Suruí, que tem uma população de aproximada de 250 índios, que se autodominam Paiter, que quer dizer “gente de verdade”. Os Suruí habitam a Terra Indígena Sete de Setembro, situada na região de Cacoal-RO.
Nascido em 1974, cinco anos depois do contato de seu povo com os não-índios que migraram para Rondônia, desde cedo Almir Suruí percebeu o descompasso entre a ingenuidade de seu povo e os interesses do mundo instalados no entorno de sua terra. Aos 15 anos, entendendo pouco o português, aceitou convite da Universidade Católica de Goiás para estudar Biologia Aplicada. Ao retornar, passou a atuar na Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí, junto com outras lideranças, além de investir em ações que defendem o meio ambiente e a cultura indígena.
Em 1999, conseguiu que o Ministério do Meio Ambiente realizasse o Diagnóstico Agroambiental da Terra Indígena Sete de Setembro. Em 2005, contrariado com a comercialização ilegal de madeira no território de seu povo, deu início à implantação de um projeto de reflorestamento, com a proposta de recuperar pastos, capoeiras e enriquecer a floresta, adensando-a com espécies florestais retiradas pelos invasores e madeireiros, o que lhe rendeu ameaças. Com a visibilidade do trabalho desenvolvido em prol povo Suruí e da Amazônia, Almir assumiu o Departamento Etnoambiental da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Em 2007, foi eleito membro do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI). Na Conferência da ONU sobre Clima (COP-15), em Copenhague, na Dinamarca, foi laureado com o Prêmio Maia Lin ao apresentar o Projeto de Carbono Suruí, que visa à utilização racional do uso dos recursos naturais da Terra Indígena Sete de Setembro, com um planejamento de 50 anos, o que abriu a possibilidade para que povos indígenas de todo mundo negociem projetos no contexto do mecanismo de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD).
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