Prefeitura faz pesquisa "fajuta" para enganar Ministério Público e pede mais 1 milhão de reais para "amigos" da imprensa

Prefeitura da capital faz pesquisa "fajuta" para enganar Ministério Público e direcionar mídia da capital

Da Redação

08 de Dezembro de 2009 às 17:00

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Foto: Divulgação

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A Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Porto Velho quer mais R$ 1 milhão para gastar com publicidade do prefeito Roberto Sobrinho. Para isso, a assessoria já encaminhou o pedido ao prefeito a fim de que seja autorizado o aditamento da verba publicitária.

Em outras palavras, o município quer gastar em 24 dias, tempo que falta para o fechamento do exercício financeiro de 2010, aproximadamente 25% do que conseguiu gastar em todo o ano de 2009. O pedido de aditamento já está sendo analisado pela Procuradoria Geral do Município (PGM).

A Prefeitura de Porto Velho conseguiu estourar a verba original com as inserções em excesso no horário nobre da afiliada da Rede Globo na capital. Pra não fechar o ano no vermelho e saldar compromissos com os demais veículos de comunicação, a saída encontrada pela agência foi encaminhar o pedido do aditamento.

Sobrinho vai atender ao pedido da agência de marketing e propaganda para não ficar mal com a mídia, principalmente a amestrada (aquela que dá apoio às ações da Prefeitura) e acima de tudo seguir à risca as cláusulas do Termo de Ajuste de Conduta assinado perante o Ministério Público e o Tribunal de Contas que estão de olho na maneira como o município anda utilizando o dinheiro público.

GABINETE

A chefe de gabinete do prefeito Roberto Sobrinho, Mirian Saldaña, disse hoje em entrevista ao O OBSERVADOR, durante a solenidade de moção de aplauso à senadora Fátima Cleide, na Câmara Municipal de Porto Velho, que o pedido realmente existe mas trata-se de um procedimento normal.

Mirian disse que não há que se falar em direcionamento de mídia para uns poucos órgãos de imprensa, pois a empresa responsável pelo marketing e propaganda da Prefeitura faz um levantamento dos sites, jornais e emissoras de televisão com maiores acessos.

Esse seria um dos principais critérios utilizados para indicar o meio de comunicação responsável pelas mídias publicitárias. Os argumentos da chefe de gabinete não convencem, principalmente quando o assuntos são os jornais eletrônicos (sites).

Os grandes sites de Rondônia, que recebem até mídia publicitária do Governo Federal, sequer aparecem na “pesquisa fajuta” da Prefeitura. A realidade é que, alguns poucos meios de comunicação é que realmente estão sendo agraciados com um esquema de direcionamento de publicidade.

Somente uma emissora de televisão papou aproximadamente R$ 1 milhão em publicidade somente em 2009. O restante dos outros meios de comunicação ficou a ver navios.

O mais curioso é que boa parte da mídia paga com dinheiro público à determinada emissora não passa de demagogia, pois a Prefeitura passa a imagem de que está sendo responsável por obras que são oriundas do Governo Federal como é o caso dos viadutos, das obras de saneamento, hidrelétricas e por aí vai.

MOÇÃO

Outro fato curioso aconteceu hoje durante a solenidade de entrega de Moção de Aplauso à Senadora Fátima Cleide por sua contribuição na PEC da Transposição, ocorrida na Câmara Municipal.

Vários defensores de Fátima Cleide e do PT atacaram a imprensa e a queixa maior foi justamente a falta de divulgação das ações da senadora na mídia da capital e do interior do Estado. A maior reclamação é que a autora da PEC da Transposição acabou “perdendo” a paternidade devido a grande divulgação de outros políticos de Rondônia.

Mesmo tendo caixas diferentes para pagamento de suas próprias mídias, a senadora e a Prefeitura de Porto Velho estão sendo vítimas de suas próprias artimanhas, pois direcionam a verba publicitária para alguns poucos deixando de fora a maioria da grande mídia. Essa situação deve ser investigada de perto pelo MP e pelo Tribunal de Contas para que se saiba em quê, por que e para quem exatamente está sendo gasta R$ 4 milhões em verba publicitária.

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