Ferrari F430 Scuderia: o carro dos sonhos há um ano no Brasil

Ferrari F430 Scuderia: o carro dos sonhos há um ano no Brasil

Ferrari F430 Scuderia: o carro dos sonhos há um ano no Brasil

Foto: Divulgação

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Há exatamente 1 ano que a Ferrari F430 Scuderia está sendo comercializada no Brasil. A versão especial da F430, que foi lançada no Salão de Frankfurt de 2007, sofreu um certo atraso para chegar ao Brasil, devido à grande demanda que houve pelo modelo na Europa e nos Estados Unidos.

“Em geral, os novos lançamentos acontecem seis meses após as apresentações em Frankfurt, Paris, Genebra ou Detroit”, explica Francisco Longo, diretor da importadora para o Brasil. Com a chegada do novo modelo, a Ferrari Brasil espera fechar o ano com 40 unidades vendidas, ao lado da F430, F430 Spider, F599 GTB Fiorano e F612 Scaglietti.

A F430 Scuderia pesa 1250 quilos e seu V8 de 4,3 litros entrega 510 cavalos. São 200 kg a menos e 20 cavalos a mais em relação a F430, resultando em uma relação peso potência de apenas 2,45 kg por cavalo. Em seu desenvolvimento, a fabricante italiana contou com a ajuda do heptacampeão Michael Schumacher.

O modelo também conta com o F1 Superfast, software que controla a troca de marchas e, com tecnologia herdada da Fórmula 1, reduz o tempo de troca das marchas para apenas 60 milésimos de segundo. Das pistas, ainda vem o diferencial eletrônico E-Diff, e o F1 Trac, que integra os controles de estabilidade e de tração.

Segundo a Ferrari, a F430 Scuderia acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,6 segundos e sua velocidade máxima é de 320 km/h. No Brasil, o modelo está sendo vendido por R$ 1,6 milhão.

Aspectos gerais
O chassi da F430 é baseado pesadamente em seu predecessor, o 360. Internamente, ambos os carros são citados como o mesmo modelo (F131), mas para os mais íntimos, o carro é conhecido simplesmente como o “Evo”.

Design
O design da F430 foi desenvolvido em conjunto pela Ferrari e pelo estúdio Pininfarina. O estilo se inspira em antigos carros de corrida, com destaque para o modelo 1961, campeão do mundo de Fórmula 1 com Phil Hill, e também nos modernos - na traseira, ele é uma cópia reduzida da Enzo. Segundo a Ferrari, a aerodinâmica recebeu prioridade sobre o visual. A carroceria foi esculpida em túnel de vento, de modo a se obter um bom coeficiente aerodinâmico (Cx), elevada pressão contra o solo (down force) e fluxo de ar suficiente para resfriar freios e motor.

Motor
Em relação à antecessora F360, o novo V8 cresceu 20% no deslocamento, encolheu nas dimensões externas e ganhou apenas 4 quilos de peso. Contribuíram para isso novos materiais e componentes de tamanho reduzido (como o cárter seco e a embreagem de diâmetro menor). O sistema de admissão foi aperfeiçoado com o uso de dutos e válvulas de dimensões iguais às dos motores da Fórmula 1. Comandos de válvulas são continuamente variáveis para admissão e escape e acionados por um sistema hidráulico de alta pressão. A curva de potência é quase uma reta (com uma inclinação de 60 graus em relação ao eixo x). E a de torque corre paralela à de potência até atingir seu ponto máximo. A 3500 rpm tem-se 23% da potência e 80% do torque. A potência máxima de 490 cavalos chega a 8500 rpm e o torque máximo de 47,4 mkgf a 5250 rpm. Na pista, o desempenho é fora do comum. Segundo a Ferrari, o V8 acelera os 1450 quilos da F430, de 0 a 100 km/h, em apenas 4 segundos. E a velocidade máxima chega aos 315 km/h. Com todo esse rendimento, o motor é capaz de atender aos limites de emissões das normas européia (Euro 4) e americana (LEV2).

Travões
Os travões da F430 foram projetados com a colaboração da Brembo. O resultado foi uma nova liga do ferro fundido para os discos. A nova liga inclui o molibdênio que tem um melhor desempenho na dissipação de calor. Uma outra opção que a Ferrari está fornecendo é a de discos carbono-cerâmicos. A cerâmica tem uma resistência ao calor muito mais elevada do que metais, dando, assim, não somente um bom desempenho aos freios de F430, mas também uma vida útil mais longa. A Ferrari diz que os freios não se desgatam mesmo depois que 300-350 voltas no Circuito de Fiorano, sua pista de testes.

Inovações Tecnológicas

Manettino
 
O volante da F430 é uma síntese dos que estão nas Ferrari de Fórmula 1, pilotadas por Felipe Massa e Kimi Raikkonen. Nas pistas de corrida os pilotos contam com diversos seletores que ajustam parâmetros como tempo de troca de marchas, controle do diferencial e abertura da borboleta. Nas ruas, os motoristas têm a opção de cinco programas que regem o comportamento do carro, interferindo na suspensão, na transmissão e nos demais controles eletrônicos. Fora das pistas, não faz sentido regular individualmente cada função do carro, como a distribuição de torque entre as rodas, por exemplo, a cada curva.

Os programas desenvolvidos para a F430 proporcionam diferentes graus de esportividade, ao gosto do motorista. Mas a Ferrari recomenda que a seleção respeite as condições de aderência das vias. No primeiro, chamado Ice (gelo), a intervenção dos sistemas eletrônicos é total.

O câmbio entra no modo automático, com trocas suaves e sem esticar as marchas, e o controle de estabilidade e tração (CST) trabalha da forma mais segura possível. Essa opção deve ser usada quando se roda sobre neve ou gelo. No segundo, Bassa Aderenza (baixa aderência), o câmbio pode ser usado no modo manual, mas o CST ainda se mantém precavido. É o ideal para uso em pista molhada. O modo intermediário é o standard do carro, que a Ferrari batizou de Sport. Com ele ocorre o melhor compromisso entre estabilidade e desempenho.

Em relação aos anteriores, a suspensão adquire um comportamento mais esportivo e o CST se torna mais tolerante. É recomendado para pista seca. Quem busca uma direção mais esportiva pode optar pela Race (corrida). Essa, segundo a fábrica, deve ser usada somente em circuitos fechados, onde o carro pode ser desfrutado sem maiores riscos.

O câmbio reduz o tempo das trocas de marcha, o CST só atua em situação de risco e a suspensão fica mais firme. No quinto estágio (representado pela sigla CST), a estabilidade não é mais controlada pela eletrônica, apenas o ABS permanece a postos.

O piloto assume total responsabilidade por seus atos. Até mesmo o diferencial eletrônico tira uma folga. Nessa modalidade, entra em operação um programa fixo padrão para condições de máximo desempenho. O câmbio e a suspensão permanecem configurados com o comportamento do modo anterior.

E-Diff
A eletrônica já foi acusada de inibir o prazer de dirigir um esportivo com intervenções arbitrárias. Mas a F430 é a prova de que a tecnologia evoluiu e se tornou aliada de quem gosta de acelerar mais fundo. Além da suspensão, do câmbio e do manettino que comanda o comportamento do carro, a F430 dispõe de um controle de largada, semelhante ao dos carros da F-1. Com esse dispositivo acionado, o motorista pode elevar o giro do motor a até 7000 rpm antes de soltar o pé do freio e liberar o carro para arrancar. E o que dizer do E-Diff, que distribui continuamente o torque do motor para as rodas sem perdas? Sua ação foi decisiva para que a F430 baixasse em 3 segundos o tempo da volta em Fiorano, em comparação com sua antecessora, a F360. A volta caiu de 1 minuto e 30 segundos para 1 minuto e 27 segundos (o circuito tem 2976,4 metros de extensão). Para permitir que os pilotos contornem o circuito em maior velocidade, o E-Diff usa e abusa da eletrônica. Ele monitora a posição do pedal do acelerador, o ângulo de esterçamento do volante, a rotação da carroceria em relação a seu eixo vertical e a diferença de rotação entre as rodas..

Ferrari 430 Scuderia
 
Servindo como o sucessor 360 Challenge Stradale, o Scuderia, revelado por Michael Schumacher no Salão do Automóvel de Frankfurt 2007, promete competir com carros como Porsche-RS e o Lamborghini Gallardo Superleggera, é 100 kg mais leve do que o F430 padrão e o motor é 20 cv mais potente (agora são 510 a 8500 RPM). Assim a relação do peso-potência foi reduzida de 2.96 kg/cv para 2.45 kg/cv. Além do peso reduzido, a transmissão manual seqüencial da Scuderia ganha o software melhorado de “Superfast” por deslocamentos mais rápidos em 60 milissegundos. Um novo sistema combina o controle da tração e da estabilidade da F1-Trac com o diferencial eletrônico de E-Diff.

Ferrari 430 Scuderia Spider 16M
Versão conversível da Scuderia. O nome é uma homenagem ao 16º título de construtores da Ferrari na Fórmula 1. Tem as mesmas características mecânicas da Scuderia cupê e peso reduzido em 80 kg em relação à Spider básica, indo para 1.440 kg. Com isso, o carro vai de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e atinge 315 km/h de velocidade máxima. A Scudera Spider 16M vem com um novo sistema de áudio associado a um iPod Touch Ferrari de 16 GB.

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