Satisfação pelo trabalho praticamente concluído em tempo recorde e profunda indignação com a situação dos moradores e motoristas parados numa fila por irresponsabilidade das “autoridades competentes”. Em menos de meia hora o governador Ivo Cassol experimentou as duas sensações opostas na tarde desta quinta-feira (5), durante visita à região central do estado.
Após a visita ao município de Buritis, Cassol, o senador Expedito Júnior e o deputado estadual Neodi de Oliveira encontraram-se com o diretor executivo do DER, Dilmar Golim, no município de Urupá, onde o Governo do Estado está concluindo em tempo recorde a ponte sobre o rio Urupá na rodovia RO-473. Após a vistoria da obra o governador e comitiva deslocaram-se para Ji-Paraná, quando sobrevoaram a ponte sobre o rio Machado, no final da tarde. E foi ali que o humor do governador mudou. Profundamente indignado com a situação dos motoristas parados em longas filas, Cassol convidou os deputados locais, Jesualdo Pires e Euclides Maciel, e também o engenheiro Rafael Silva, da construtora responsável pela obra, para uma reunião de urgência, onde comunicou que na próxima semana enviará uma proposta para a Assembléia Legislativa para destinar os R$ 21 milhões devolvidos pela Casa aos cofres do Governo do Estado em solenidade no último domingo. Com o dinheiro irá construir uma outra ponte sobre o rio Machado, passando pelo distrito de Nova Londrina, e concluirá o anel viário para desafogar o tráfego que corta a cidade.
Mostrando toda a sua indignação durante a gravação do programa “Chumbo Grosso”, na TV Record local, e em entrevistas às outras emissoras de rádio e tv locais na manhã desta sexta-feira, Cassol explicou que não tem absolutamente nada contra a reforma da ponte, pelo contrário. Mas que primeiro era preciso criar a infra estrutura necessária para que os motoristas e pedestres que por ali trafegam não passem pelo que estão passando atualmente: constantes engarrafamentos e demora para atravessar a única passagem que liga o sul ao norte do estado.
O governador determinou ao diretor do DER, Jaques Albagli, que prepare e publique o edital para a construção de uma ponte alternativa imediatamente para servir de passagem pelo anel viário que o Governo do Estado irá construir, sem esperar mais pelo Governo Federal. Determinou também que a Coordenadoria Técnica Legislativa prepare com urgência a proposta orçamentária para ser encaminhada à Assembléia Legislativa para que a sobra orçamentária seja utilizada na construção do anel viário e da ponte. “Isso é um desrespeito e uma irresponsabilidade com o povo de Rondônia fazer uma obra dessas sem criar uma alternativa para o tráfego”, afirmou o governador.
O engenheiro Rafael Silva explicou que os trabalhos estão sendo feitos em dois turno, e que a obra está dentro de um cronograma previamente aprovado, mas reconheceu os transtornos que estão sendo causados. E não convenceu nenhum dos presentes, uma vez que a explicação não muda em nada a situação das pessoas que esperam por horas para atravessar a ponte nos momentos de trânsito mais intenso (no início da noite de quinta-feira a fila começava no trevo de entrada da cidade, a cerca de 5 quilômetros da ponte).
“Chega de ficar esperando pela solução que não vem de Brasília há mais de 20 anos, vamos mostrar como se constrói uma ponte e um anel viário em tempo recorde, com qualidade e recursos próprios, como sempre fizemos. No ano passado eu desafiei o ministro dos Transportes: ou o Governo Federal fazia a obra ou deixasse para nós fazermos. Eles não fizeram, então nós vamos fazer com os recursos que a Assembléia devolveu. E o duro é saber que o dinheiro foi liberado no passado mas não fizeram a obra”, finalizou Cassol.