Este ano o bloco homenageia os povos indígenas
Foto: Divulgação
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O bloco carnavalesco “Pirarucu do Madeira”, funda há 27 anos, desfila no dia 16 de fevereiro, a partir das 15 horas, no circuito Pinheiro Machado, no centro da Capital. Os protestos são uma das principais características do bloco. O frevo deste ano é em defesa dos povos indígenas.
“A tradição do bloco em homenagear um elemento ou ritmo da cultura popular brasileira se cumprirá com foco nos povos indígenas”, declarou a jornalista Luciana Oliveira, que integra a direção do Pirarucu do Madeira. De acordo com ela, o desfile do Pirarucu sempre elege um tema de exaltação ou protesto. "Este ano agrega as duas coisas: eleva a importância da cultura indígena e protesta pela defesa dos seus territórios".
Para ela, o objetivo é claro: defender os territórios e o valioso patrimônio étnico e cultural de mais de 30 povos que vivem em aldeias espalhadas por todo o estado.
A direção do bloco está convidando vários povos para desfilar na frente do cortejo momesco. “Muitos já confirmaram a participação”, afirmou Luciana.
“Frevo indígena é novidade e vários compositores se dedicam a realçar os saberes e a importância dos indígenas na proteção do meio ambiente”, afirmou o presidente do bloco, Ernande Segismundo.
De acordo com ela, Altair Santos, o Tatá, foi o primeiro a entregar o frevo que destaca o orgulho indígena, a forma guerreira de reagir a constantes ataques promovidos por invasores de terras.
Veja a letra do frevo
“Meu Pirarucu Guerreiro
O rei desse terreiro
Enxotador de ‘anhangá’
Chama o povo pra cá
Chama os manos e as tribos
Cuidado não vá se ‘espantá’
Espia só, eu vou te contar”
A participação da população é gratuita, mas a direção conta com o apoio de foliões para arcar com o pequeno custo da festa. A Orquestra Puraqué desfila no meio do povo, com os pés no chão e com repertório de marchinhas e frevos.
“O Pirarucu é símbolo de resistência da cultura popular. Nosso dever é dar as mãos a nossos ‘parentes’ indígenas quando as forças do mal avançam para destruir a cultura e dominar seus territórios”, diz Ernande Segismundo.
Quilombiclada
Outra novidade anunciada pela diretoria é a participação na abertura do desfile da banda Quilomboclada, símbolo de resistência na proteção da cultura dos povos originários. O orgulho beraíndigena é amplificado com a mistura de vários ritmos brasileiros nas composições da banda ativista.
“Sonoros béra, quilombos
Ninguém destrói nossos sonhos
Não vão roubar nossas terras
Aqui tem luta e tem festa
Aqui tem quilomboclada”
Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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