A natureza sempre é uma inspiração para as criações científicas e, não por acaso, várias vezes essas duas áreas se unem. Agora, um novo patamar foi alcançado na fusão entre a biologia e a tecnologia com a criação do primeiro computador com neurônios humanos. Essa criação, chamada CL1, é da empresa australiana Cortical Labs e usa chip com neurônios cultivados a partir de células-tronco para criar uma inteligência artificial biológica.
Ao contrário dos computadores tradicionais, com circuitos eletrônicos em sílico, o primeiro computador com neurônios humanos tem um sistema híbrido combinando células cerebrais, cultivadas em laboratório, com hardware especializado.
Primeiro computador com neurônios humanos
O CL1 funciona com três pilares principais, são eles:
Hardware bio-híbrido
O primeiro computador com neurônios humanos usa biochips equipados com microeletrodos para estimular e monitorar a atividade neural, resultando em um processamento mais dinâmico e adaptável.
Sistema de suporte vital
Para que os neurônios fiquem ativos, o sistema do CL1 tem uma unidade de suporte para regular a temperatura, circulação de nutrientes e trocas gasosas. Tudo isso garante a viabilidade celular durante seis meses.
Software biOS
Através dessa plataforma é criado um ambiente simulado onde os neurônios interagem, aprendem e se organizam de forma parecida com o funcionamento do cérebro humano.
Inteligência Biológica (BI)
E qual o motivo da criação do primeiro computador com neurônios humanos ou da inteligência biológica? Usar os neurônios humanos no processamento de informações traz várias vantagens com relação à inteligência artificial tradicional.
Por exemplo, os supercomputadores precisam de quantidades grandes de eletricidade para processar dados, ao passo que o CL1 tem um consumo de 850-1000W para operar um rack com 40 unidades.
Outra vantagem é a capacidade natural de auto-organização e aprendizado rápido dos neurônios que são maiores do que os modelos tradicionais de IA. No caso do primeiro computador com neurônios humanos, ele pode ser usado para fazer estudos a respeito de doenças neurológicas, desenvolver novos medicamentos e até medicina personalizada, com avatares neurais específicos para cada paciente.
Por conta disso que a Cortical Labs não quer parar no CL1. Os mais de 25 milhões de dólares em investimentos fazem a empresa planejar o lançamento da Cortical Cloud para permitir que pesquisadores e empresas acessem, remotamente, os biocomputadores para experimentos e criação de novas tecnologias.