A busca por soluções eficazes para a doença de Alzheimer tem sido dominada por medicamentos com benefícios modestos e efeitos colaterais significativos. No entanto, uma abordagem inovadora e não invasiva vem ganhando destaque: a estimulação sensorial de 40 hertz.
Pesquisadores do MIT descobriram que expor o cérebro a pulsos de luz e som nessa frequência pode reduzir as patologias da doença e melhorar a cognição, oferecendo uma estratégia promissora contra esse desafio de saúde global. O estudo foi publicado na PLOS Biology em 28 de fevereiro de 2025.
Como funciona a estimulação sensorial?
Oscilações gama (30-100 Hz) desempenham um papel essencial na memória e na cognição, mas pacientes com Alzheimer apresentam falhas nesses ritmos cerebrais. A técnica Gamma Entrainment Using Sensory stimulus (GENUS) restabelece essas oscilações por meio de luz, som e vibrações de 40 Hz, promovendo:
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Ativação da microglia (células imunológicas do cérebro)
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Remoção de placas amiloides
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Redução da inflamação cerebral
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Melhora do fluxo sanguíneo
Essa abordagem demonstrou, em modelos animais, melhorias expressivas na função cognitiva e redução das proteínas beta amiloide e tau, associadas ao Alzheimer.
Resultados promissores e estudos clínicos
Pesquisas iniciais mostraram que a exposição à luz de 40 Hz reduziu os depósitos de amiloide em camundongos. Estudos subsequentes integraram estímulos auditivos, ampliando os benefícios para a memória e o fluxo sanguíneo cerebral. A combinação de estímulos visuais e auditivos potencializou ainda mais os efeitos, resultando em uma depuração mais eficiente das placas amiloides.
Em humanos, ensaios clínicos da Cognito Therapeutics indicam que essa abordagem pode retardar a atrofia cerebral e preservar a matéria branca, fundamental para a função cognitiva.
Possíveis aplicações e desafios futuros
Além do Alzheimer, a estimulação gama de 40 Hz pode beneficiar outras condições neurológicas, incluindo:
Apesar dos avanços, desafios permanecem, como a padronização da metodologia e a adesão dos pacientes ao tratamento. Os pesquisadores continuam investigando os mecanismos exatos dessa terapia para refiná-la ainda mais.