ESTRUTURA MILENAR: Pirâmide asteca é descoberta durante obras em rodovia do México

Essa serpente de pedra de 500 anos atrás surgiu no solo da faculdade depois de um terremoto em 2022

ESTRUTURA MILENAR: Pirâmide asteca é descoberta durante obras em rodovia do México

Foto: Divulgação

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Pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) identificaram uma pirâmide asteca no estado de Hidalgo, no centro-leste do país da América do Norte. A descoberta aconteceu após funcionários do governo de Hidalgo notarem a estrutura arqueológica durante obras em uma rodovia federal.
 
Em comunicado, a INAH informou que a estrutura com dez túmulos arqueológicos deve datar dos períodos Epiclássico (650-950 d.C.) e Pós-Clássico tardio (1350-1519 d.C.). Para conservar a construção, as autoridades ergueram um muro enquanto serão feitos estudos detalhados do espaço, no que deve auxiliar o conhecimento sobre a ocupação humana da civilização asteca, uma das mais misteriosas da América Latina.
 
Em outubro de 2023, arqueólogos do INAH já haviam feito outra descoberta importante relativa a essa civilização pré-colombiana. Uma serpente de pedra estava enterrada no solo da antiga capital do Império asteca, Tenochtitlán.
 
Essa serpente de pedra de 500 anos atrás surgiu no solo da faculdade depois de um terremoto em 2022. O tremor de magnitude 7,7 atingiu os estados mexicanos de Michoacán e Colima em 19 de setembro. O abalo gerou estrondos que foram sentidos a 400 km do epicentro na capital do México e provocaram danos a vários prédios.
 
Tenochtitlán, a capital do Império Asteca, estava localizada em uma ilhota elevada às margens do lago Texcoco. Atualmente, faz parte do centro histórico da Cidade do México, capital do país.
 
A serpente foi encontrada durante escavações na antiga Escola de Jurisprudência da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), um tesouro de artefatos históricos em si. Salvador Pulido Méndez e Patricia Ledesma Bouchan, da Direção de Salvamento Arqueológico (DSA) e do Museu do Templo Maior (MTM) do INAH, disseram que a serpente foi encontrada na asa leste do edifício.
 
Desse modo, a serpente asteca esculpida foi encontrada a uma profundidade de 4,5 metros. Ela mede 1,8 metro de comprimento por um metro de altura e 85 de largura, com um peso estimado em 1,2 toneladas.
 
Estima-se que a serpente seja do final do Império Asteca. Em virtude das condições do solo, os traços de estuque e policromia de pigmentos ocre, vermelho, azul, preto e branco sobreviveram. Esses traços estão em mais de 80% da escultura.
 
Segundo os pesquisadores, foi encontrada fora do seu contexto original, com elementos arquitetônicos desconexos. Misturas de lama e água cobriram a escultura por mais de meio milênio e contribuíram para a preservação.
 
No momento da descoberta, uma equipe de especialistas foi montada para cuidar da escultura, levantada do subsolo com o auxílio de um guindaste.
 
Para estabilizar os pigmentos, os pesquisadores utilizarão métodos mais sofisticados de preservação em 2024. Quem liderou o trabalho de conservação das cores foi Maria Barajas Rocha, restauradora, que ressaltou que o processo de policromia é importante para a preservação da escultura.
 
"Esses pigmentos, que representam um exemplo típico da paleta de cores que os mexicanos usavam para decorar suas imagens de culto e seus templos, são extremamente frágeis devido aos materiais minerais e vegetais dos quais foram obtidos", disse Rocha.
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