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Amigos, vivemos um momento singular, de revisão de condutas e costumes da nossa sociedade. Acreditem, nada mais será como antes.
O império da lei no estado democrático de direito e começa a valer para todos. Mesmo com escorregões das altas cortes de justiça aqui e ali.
Se na seara institucional a Operação Lava Jato vem lavando a sujeira que borrou a classe política e empresarial, cobrindo de envergonha os brasileiros, outros setores não estão ficando atrás.
Exemplo são as campanhas contra a cultura do estupro pelo Brasil a fora. E o indiciamento do senador Jair Bolsonaro pelo STF, por dizer que sua colega não era digna de ser estuprada por ele.
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No primeiro caso, começamos a achar normal o ‘rouba mais faz’ do paulista de Ademar de Barros. A conduta virou epidemia nacional.
Chegou o senhor Jânio Quadros com sua vassoura varrendo a corrupção e combatendo a espada do senhor Lott. Não deu conta.
Aí veio o “Caçador de Marajás”. E ele próprio virou o maior Marajá do País, entronizado no Palácio Casa da Dinda, contaminado pelo mal que jurou extirpar. Até hoje não se curou.
Então o Brasil conheceu a ‘Lei de Gerson’ em que devemos levar ‘vantagem’ em tudo. Metástase total.
Eis que surge o ‘Príncipe da ética e da moral’, cuja honestidade se não for maior não é menor que a do Papa, para exterminar os “mais de 300 picaretas do Congresso Nacional”.
Que decepção! Virou o maior picareta dos nossos cinco séculos de história. E voltou a ser “Sapo Barbudo” na iminência de ir para a cadeia.
Na outra vertente, Bolsonaro é agora a ícone da cultura primitiva do estupro, meio de dominação e saciedade da lascívia bestial do macho, rebelde a freios e condutas civilizadas.
O machismo anacrônico vem da cultura patriarcal que sobreviveu e chegou aos tempos modernos. E era cultivado nas famílias até recentemente.
Lembro de ouvir de minha mãe, vó e tias: sai daqui menino! Cozinha não é lugar de homem. É lugar de mulher, vai caçar o que fazer!
Ainda ouço mães de meninos às genitoras de meninas: segura tua cabrita que meu bode está solto.
Homem com qualquer coisa cor-de-rosa, nem morto! Essa cor era privilégio de mulheres e ponto final. No aniversário a menina ganhava boneca, o menino recebia arma(de brinquedo).
As mulheres gritam: “o metrô é público, o meu corpo não! ” Corretíssimas. Cobrar delegacias e gente especializadas para as atenderem na angústia e na dor, é um direito e uma necessidade urgente.
Mas lembremos: a cultura do estupro tem que ser quebrada é dentro de casa. Na família(onde ocorrem a maioria dos casos), na escola, no meio social. Somos frutos desse ambiente.
Tem milhões de anos que estamos sobre a terra. Mas as transformações marcantes rumo a igualdade entre homens e mulheres só ocorreram nos últimos cem anos. E mais aceleradamente nos cinquenta finais.
Leis duras e punitivas sozinhas não resolvem o problema. O que elas punem é a conduta adquirida no seio da família e no meio social. É ali que deve ser centrado o combate.
Temos que repelir a coisificação da mulher por qualquer meio. Não se pode aceitar que a mulher seja comparada a ‘filé’, ‘cavala’, ‘melancia’, ‘uva’, por ser bonita.
E a mulher não deve atiçar o animal. Não dá para sair por aí de bicicleta ou moto mostrando a calcinha para ‘se achar’, como se ver nas ruas da cidade.
Temos que ser seletivos com músicas e mídias que banalizam a mulher. Não dá para achar bonito criança rebolando ‘na boca da garrafa’.
Combater o estupro é prender e punir. Mas também é educar. É destruir paradigmas e iniciar uma nova construção. A construção de um novo homem e de uma nova mulher. Para se respeitar e viver em paz.
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