Alguns temem que os desafetos voltem no pleito de 2028 e já tratam de desgastá-los
Foto: Divulgação
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A iniciativa do presidente norte-americano Donald Trump de montar um ministério de bilionários e expulsar os pobres imigrantes traz de volta o conceito de necropolítica, com o qual o filósofo camaronês Achille Mbembe chocou o mundo em 2003. Para ele, necropolítica é a forma com a qual os governos decidem quem deve viver e quem deve morrer, decisão expressa por leis, decretos e programas governamentais. Tirar o trabalho de alguém e expulsar o desempregado do país é uma espécie de condenação.
Ainda antes da nova eleição de Trump, a chocante palavra necropolítica voltou a ser dita no Brasil a propósito da Amazônia pelo geógrafo Luiz Ugeda, para quem a gerência de dados públicos ambientais no país reflete uma faceta da necropolítica porque a má administração ou a ocultação proposital de informações contribuem para a degradação ambiental, o abandono de populações vulneráveis e, no limite, a morte de biomas.
A ausência de uma política de dados transparente e integrada, afirma Ugeda, beneficia atividades predatórias, perpetuando a marginalização. Embora não seja uma palavra muito conhecida – muitos evitam pronunciá-la para que o povo não saiba o que ela significa –, a necropolítica no Brasil se espalha por prevaricação. Prevaricar é faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má-fé, cometer abuso de poder, provocando injustiças ou causando prejuízo ao Estado e a terceiros. Exemplos não faltam.
Cartão postal
Conversei com moradores de Ji-Paraná e Jaru durante a semana e eles se mostravam surpresos com as mudanças em Porto Velho nos últimos anos. De fato, a nova rodoviária se transformou num baita cartão postal da capital rondoniense e o funcionamento do complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, outra atração turística que visitaram e elogiaram. A gestão Hildon Chaves recém-concluída deixou marcas importantes, embora não tenha obtido sucesso no combate as alagações, mas neste sentido nenhum prefeito conseguiu reverter, nem o mito Chiquilito. É trabalho para muitos anos.
Nova configuração
A configuração das alianças para disputar o governo de Rondônia vai se alterando de acordo com as articulações políticas em andamento. No racha governista, com apoio de um grupo de deputados estaduais e lideranças bolsonaristas, o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) poderá ser o candidato da situação com o apoio do governador Marcos Rocha, disputando o Senado em dobradinha. Os deputados estaduais estão armando está composição, tirando da jogada o atual vice-governador Sergio Gonçalves. Mas Serjão vai assumir o governo em meados do ano que vem e pode se rebelar contra este acordão nos bastidores.
Primeiras sondagens
Nas primeiras sondagens informais 2025 com relação a disputa das oito cadeiras a Câmara dos deputados no ano que vem vão despontando algumas lideranças regionais, largando na dianteira. São os casos de: em Vilhena e cone sul rondoniense de Natan Donadon, em Cacoal e região do Café, Joliane Fúria, em Ji-Paraná e região central, o ex-prefeito Jesualdo Pires, em Ariquemes e Vale do Jamari, Rafael Fera, em Porto Velho, Xxxxxxx Xxxxxxxx, em Rolim de Moura e Zona da Mata rondoniense dois nomes lembrados: Jaqueline Cassol e Luiz Claudio, ambos ex-deputado federais.
Em Porto Velho
Tratando-se de Porto Velho na peleja pelo governo estadual o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB) estaria liderando com grande folga sobre os oponentes, principalmente se o provável adversário, sendo o vice-governador Sérgio Gonçalves, neste caso com grande diferença. Sendo o deputado federal Fernando Máximo, também neste confronto Hildão teria uma boa dianteira. Já, no interior o tucano teria dificuldades no Vale do Jamari, com Confúcio Moura, na região central com Marcos Rogério. Também, precisaria vitaminar sua presença na região de Cacoal (lá tem Adailton Fúria...) e em Vilhena, curral eleitoral do senador Bagatolli.
Reforçando paliçadas
Acompanho a carreira política do senador Confúcio Moura desde os tempos em que fazia campanha a cavalo por Ariquemes e o Vale do Jamari. Macaco velho na política, El Carecon está habituado a grandes vitórias, daquelas de virada. No seu histórico tem a condição de melhor prefeito da sua geração, de competente deputado federal e governador eleito e reeleito e ele está dando mais uma reviravolta na sua vida política. Lembro da jornada da reeleição ao CPA quando estava desgastado, nem queria concorrer, e acabou obtendo uma baita vitória. Agora novamente Confúcio está ressurgindo das cinzas e deve entrar na peleja pelo CPA.
É coisa de louco!
Porto Velho já está sentindo os efeitos da falta de mão de obra em vários setores de atividades com a grande diáspora de trabalhadores para o Paraná e Santa Catarina numa busca de salários melhores na construção civil, laticínios, cooperativas, no setor têxtil e outras funções. Por aqui constato que em alguns restaurantes os próprios proprietários se veem obrigados a botar a mão na massa. Na prestação de serviços, desde salão de beleza até clinicas de saúde se ressentem de profissionais. Vagas de emprego existem, mas os jovens não aceitam trabalhar nos serviços considerados braçais e por isto migram para outros estados e outros países.
Via Direta
*** Assessores do ex-governador Ivo Cassol (PP) afirmam que ele ainda está no páreo para disputar o governo de Rondônia para as eleições 2026. Aguardam a situação de elegibilidade até março *** Se a coisa for confirmada ele vira a eleição de cabeça para baixo. Os adversários não dizem nada, mas estão torcendo para que ele se ferre nos tribunais, pois se trata do adversário mais incômodo, um candidato indigesto *** Os prefeitos rondonienses que assumiram em janeiro tratam de enxovalhar os ex-prefeitos, botando defeito em tudo que for possível. Alguns temem que os desafetos voltem no pleito de 2028 e já tratam de desgastá-los. Coisas da nossa política.
* O nome da Xxxxxxx Xxxxxxxx não pode ser citado neste jornal devido a decisão judicial.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!