Por Sérgio Pires
Foto: Divulgação
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Oito em cada dez presidiários do Acre estão cumprindo pena por envolvimento com o tráfico nacional ou internacional de drogas. Do total, o número de mulheres na cadeia é crescente, também pelos mesmos tipos de crime. Em Rondônia a situação é assemelhada, embora nossos números relacionados com presos por questões das drogas sejam um pouco menor do que nossos vizinhos.
A vizinhança com a Bolívia, que produz a cocaína, cada vez com melhor qualidade, certamente é um critério óbvio quando se analisa as questões da insegurança pública, da violência e da crescente participação dos criminosos em ações envolvendo o tráfico. A situação, no geral, não é diferente no Amazonas e nos demais estados do centro-norte.
As fronteiras escancaradas, com fiscalização pífia, quando nenhuma, deixam claro que há um grande desafio pela frente, para que se consiga ao menos diminuir o enorme fluxo de drogas que chegam do lado de cá e que são trocadas por mercadorias roubadas em Rondônia e em outras regiões, dando cada vez mais poder ao crime organizado.
Agora, além das drogas, há ainda o tráfico de armas, via Bolivia, mas mais pelo Paraguai. Todo esse quadro é o que o presidente Michel Temer; os governadores da região (Confúcio Moura também estará lá, é claro!), debaterão, no encontro de dois dias no Acre, que vai tentar achar alternativas para o combate ao crime de fronteiras. Também estarão no evento a ministra presidente do Supremo, Carmem Lúcia e a procuradora geral da República, Raquel Dodge.
Mesmo que o governo do Acre tenha mudado muito da pauta inicial, o que se tem certeza é de que ocorrerão conversações, ideias, projetos, sugestões, no sentido de que a violência causada pelo tráfico, que domina toda a região norte, como ocorre aliás em todo o país, ao menos seja amenizada.
Temer vai enfrentar protestos, em sua estada acriana, até porque lá é um dos últimos redutos petistas. Mas ao menos o Presidente está se mostrando aberto às iniciativas que possam significar avanços no combate ao crime organizado e às fronteiras escancaradas. A Bolívia continua cada vez mais aumentando sua produção de coca.
A corrupção que campeia também no nosso vizinho, fecha os olhos, muitas vezes, para o contrabando de drogas e armas e, com a mesma intensidade absurda, abriga produtos roubados no Brasil, trocados pelos traficantes. Camionetas quase zeradas, carros de todos os tipos e centenas e centenas de motos rodam pelas ruas da Bolívia, às vezes nas mãos de autoridades, como se lá tivessem sido produzidas e legalmente compradas. Tudo isso, certamente, terá que ser discutido em Rio Branco, neste final de semana. Torçamos que saia alguma coisa que preste e que seja prática, porque discurso e intenções não vão resolver nada...
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