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Dois pesos e duas medidas - Valdemir Caldas
Dois pesos e duas medidas - Valdemir Caldas
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Foto: Divulgação
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Ontem, o governador Ivo Cassol foi alvo de críticas ácidas por parte de parlamentares do Partido dos Trabalhadores. A primeira investida partiu da senadora Fátima Cleide. O local escolhido para o ataque foi o plenário do Senado.
Gaguejando muito, Cleide chamou o chefe do executivo estadual de omisso e de agir com truculência contra as corporações. De igual modo, criticou os reajustes concedidos pelo governo a servidores estaduais, principalmente aos profissionais da educação. Ela ainda acusou o governador de ser o único responsável pela crise na qual está imersa a polícia militar.
Curiosamente, a mesma Cleide que cobra salários decentes aos que prestam serviços à máquina burocrática do estado, nas suas mais diferenças áreas, calou-se, recentemente, diante dos míseros trinta e quatro reais que o governo Lula concedeu de aumento ao grosso do funcionalismo federal, pertencente ao quadro do Ex-Território de Rondônia, muitos dos quais seus eleitores.
Igualmente, a senadora não disse uma vírgula sobre os caraminguás que o prefeito e candidato à reeleição Roberto Sobrinho, seu companheiro de partido, deu de reajuste ao pessoal do município.
No início de seu pronunciamento, julguei que Cleide estivesse discursando para um plenário lotado, em conseqüência do patente estado de nervosismo que a domina naquele momento.
No final da sessão, porém, percebi que, além dela, só havia dois senadores em plenário: José Neri (PSOL-PA) e o trêmulo João Durval (PDT-BA), que presidia a sessão.
Nem os companheiros de partido da senadora pareciam interessados no que ela tinha a dizer. O petismo anda mais preocupado com o que deverá sair da boca do banqueiro Daniel Dantas, nos próximos dias, quando ele começar a bater com a língua nos dentes. Os tucanos também estão em maus lençóis.
Do plenário do Senado, para a Câmara de Vereadores de Porto Velho, os disparos continuaram. Coube ao presidente da Casa, vereador José Hermínio Coelho, também do PT, mirar sua garrucha na direção do palácio.
“Irresponsável, incompetente e negligente”. Esses foram alguns adjetivos usados pelo petista para caracterizar o dirigente estadual.
Depois, voltou-se para a Assembléia Legislativa de Rondônia, dizendo que “a atual legislatura está pior que a anterior”. “Ninguém move uma palha para enquadrar o governador”, disse o petista. A ALE estaria mais para casa da “Mãe Joana” do que para o “Poder do Povo”, insinuou o presidente.
Hermínio parece ter-se esquecido de um pequeno detalhe, ou seja, dos atuais vinte e quatro deputados, com assento na ALE, três pertencem às trincheiras do Partido dos Trabalhadores: Neri Firigolo, Ribamar Araújo e Professor Dantas – este, acusado de abocanhar parte dos salários de assessores.
Quando de sua passagem pela Câmara de Vereadores de Porto Velho, Ribamar Araújo tinha a fama de arrochado, aquele tipo que não costumava levar desaforo para casa.
Nesse período, foi um marcador implacável da administração Carlinhos Camurça, que comeu o pão que o diabo amassou em suas mãos. Inexplicavelmente, depois que chegou a ALE, Araújo anda mais comedido do que agente funeral.
No fundo, ninguém quer se incompatibilizar com ninguém. E o povo que se dane! Estamos a pouco menos de três meses das eleições municipais. Espera-se que a população tenha aprendido a lição. O contrário disso, porém, é permanecer na chibata.
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