Mudanças de mentalidade - Por Valdemir Caldas

Da Redação

02 de Maio de 2008 às 08:10

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Mudanças de mentalidade - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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O clima de borrasca que tomou conta do arraial político rondoniense, com a ameaça de renúncia do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Neodi Oliveira, não resulta, como seria lícito esperar, do choque doutrinário ou ideológico dos problemas estaduais, mas sim, da disputa por prerrogativas de mando, como deixou claro o deputado Alex Testoni, vice-presidente da Casa. Verdadeiramente, ninguém está preocupado com os problemas crescentes, que angustiam o cotidiano da população, sobretudo nas áreas da saúde, educação e segurança pública, procurando suas causas e, conseqüentemente, apontando soluções. O importante é a destruição das trincheiras do adversário, independente do caráter ideológico. O desdobramento da crise aguda na qual mergulhou a ALE, por pouco não resultou na renúncia de seu presidente. Não é fácil conciliar interesses difusos e demagógicos. Neodi, claro, não agüentou a pressão e ameaçou jogou a toalha. A situação só não degringolou porque o governador interveio e colocou ordem na casa, “mandando os parlamentares esfriarem a cabeça”. Um deles chegou a afirma que ficou envergonhado com o puxão de orelha. Num momento como o que vivemos, com problemas de todas as ordens, os ditos representantes do povo têm a obrigação de procurar, no exercício do mandato que o povo lhes outorgou, promover o bem comum e a unidade social. É preciso entender que o momento não é de destruir, mas de reconstruir; de incendiar, mas de apagar as labaredas, que ameaçam atingir todas as dependências da casa; de ajudar, em lugar de procurar retirar as melhores castanhas do braseiro. São por essas e outras, contudo, que a ALE vem caindo no conceito de que desfruta no seio da opinião pública, com a credibilidade caindo pelas tabelas. É inaceitável, porém, que políticos que se elegeram prometendo defender as legítimas aspirações da sociedade, deixem de formar uma visão de conjunto e de interações dos dados da atual realidade que enfrentamos, para que se possa construir, com acerto, o futuro desejado por todos e passem, como que num passe de mágica, a viver de futricas e picuinhas. É preciso que cada um dos senhores que, hoje, têm assento na ALE, tenham plena consciência de suas responsabilidades, sobretudo neste instante delicado da vida estadual. Uma coisa é defender posição partidária; outra, completamente diferente, é salvaguardar privilégios pessoais, empresariais ou grupais, que em nada servem à democracia. A ação política só tem sentido quando reflete a vontade social, que é o seu elemento essencial. A tarefa de governar é complexa. Cabe, ao Poder Legislativo, dentre outras atribuições constitucionais, procurar estabelecer as regras mais adequadas à manutenção da ordem e do desenvolvimento, colocando de lado os interesses paróquias de quem quer que seja. A Assembléia Legislativa de Rondônia precisa rever sua atuação, com realismo, para que se estabeleça no Estado o clima de diálogo e cooperação entre os poderes.

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