Como desdobramento de Ação Civil Pública ajuizada no final de outubro, em que os Ministérios Públicos do Estado de Rondônia (MP-RO) e Federal em Rondônia (MPF-RO) cobravam o cumprimento de obrigações que vinham sendo desrespeitadas pelo poder público e pe
Foto: Divulgação
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
Como desdobramento de Ação Civil Pública ajuizada no final de outubro, em que os Ministérios Públicos do Estado de Rondônia (MP-RO) e Federal em Rondônia (MPF-RO) cobravam o cumprimento de obrigações que vinham sendo desrespeitadas pelo poder público e pela empresa construtora da usina de Jirau, o Estado de Rondônia, o Município de Porto Velho, a União, o Ibama, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Energia Sustentável do Brasil (ESBR), organização responsável pelas obras, firmaram acordo perante a Justiça Federal, por meio do qual se comprometem a atender grande parte dos pedidos feitos pelos Ministérios Públicos, adotando medidas nas áreas da saúde, educação, segurança, urbanismo e moradia para com as comunidades de Mutum-Paraná e Nova Mutum.
A conciliação foi selada durante audiência ocorrida no último dia 12, com a presença de representantes dos Ministérios Públicos e dos réus. O ajuste resultou na suspensão da Ação Civil Pública pelo prazo de 90 dias, período no qual os MPs verificarão o cumprimento das obrigações pactuadas.
Uma das cláusulas do acordo põe fim ao drama a que os moradores vinham sendo submetidos, em decorrência da falta de atendimento médico na região. Conforme o que foi ajustado, o Município de Porto Velho deverá manter o atendimento no posto de saúde dos distritos de Mutum-Paraná e Nova Mutum, localidade para onde moradores estão sendo remanejados, em razão da inundação de Mutum-Paraná, provocada pela construção da usina de Jirau.
Segundo o entendimento selado, a Administração Municipal também terá que alocar uma ambulância com motorista para cada uma das localidades, arcando ainda com a manutenção e custos operacionais do posto de saúde de Nova Mutum. Não havendo possibilidade de remanejamento de pessoal para a imediata instalação do PS na vila de Nova Mutum, o Município terá que manter profissionais de nível médio no local, comprometendo-se a disponibilizar, em três meses, todo o atendimento de saúde no distrito, no mesmo padrão mínimo que será praticado pela ESBR, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
A conciliação também resultou em responsabilidades à ESBR na área da saúde. A empresa deverá colocar em funcionamento, a partir de 15 dias, a unidade de saúde da localidade de Nova Mutum, disponibilizando, pelo prazo de 90 dias, corpo técnico especializado, conforme previsto em acordo, tudo às custas da empresa.
Quanto à educação e transporte, serviços que vinham sendo prestados de forma precária na região, o Município deverá disponibilizar aos estudantes de Mutum os dois ônibus escolares que serão doados pela empresa responsável pela construção da Usina de Jirau, entre outras obrigações.
No tocante a urbanismo, a Administração Municipal deverá adotar medidas legais cabíveis quanto à observância das leis pertinentes às posturas municipais, bem como a fiscalização do uso e parcelamento do solo.
Além do compromisso assumido na área da saúde, a Energia Sustentável do Brasil se comprometeu a não realocar nenhuma família para a localidade de Nova Mutum caso não sejam cumpridas as obrigações acordadas.
Informações
Com relação ao fornecimento de informações e disponibilização de documentos, queixa recorrente de moradores de Mutum-Paraná, a empresa Energia Sustentável do Brasil deverá manter em Nova Mutum, à disposição da população atingida pela construção da usina, toda a documentação pertinente ao empreendimento, em especial caderno de avaliação de preços, laudo de avaliação de cada imóvel e/ou outros documentos relacionados com o valor e a metodologia de apuração das indenizações.
Na ação ajuizada em outubro, os Ministérios Públicos relatavam a situação dos moradores que permaneceram em Mutum Paraná como gravíssima. Em visita à localidade, constatou-se que a ESBR não vinha dando informações necessárias sobre as indenizações das propriedades. A população reclamava que os valores oferecidos pela empresa não condiziam com o preço real de seus imóveis, motivo pelo qual muitas famílias ainda permanecem em suas casas, em situação indefinida.
A ESBR também deverá aplicar recursos financeiros provenientes da sobra do convênio nº 252/09, firmado com o Governo de Rondônia, na aquisição de equipamentos e mobiliários da Unisp de Nova Mutum.
O Governo de Rondônia, por sua vez, comprometeu-se a manter duas viaturas policiais para atender às comunidades de Mutum-Paraná e Nova Mutum, uma para cada localidade e ainda disponibilizar, até o dia 17 de novembro, o efetivo de 10 policiais militares no Distrito de Nova Mutum, mantendo o efetivo de 13 homens em Mutum-Paraná.
Já ao Ibama coube realizar vistoria nas localidades de Mutum-Paraná, Nova Mutum e adjacências para verificação do cumprimento das condicionantes estabelecidas na Licença de Instalação nº 621/2009, até o dia 15 de dezembro deste ano. No mesmo prazo, deverá apresentar todas as vistorias realizadas até o momento, entre outras obrigações.
A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.
Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!