Em Porto Velho, capital de Rondônia, os combustíveis voltaram a subir. O
Rondoniaovivo registrou, nesta terça-feira (16), postos cobrando até R$ 6,98 por litro de gasolina. Outros veículos de imprensa reportaram registros de até R$ 7,00 por litro. A disparada no preço não foi justificada oficialmente.
No ano passado, como reportou Rondoniaovivo, o
aumento repentino (na justificativa dos donos dos postos) se dava pelo baixo nível do rio Madeira - que afetava o preço dos combustíveis no estado inteiro. É importante apontar que o nível do Madeira está, até o momento da publicação desta reportagem,
dentro do nível de normalidade para o período, segundo dados do sistema de monitoramento de hidrologia do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Também como no ano passado, o preço da gasolina atualmente está menor no interior do estado. Fato que, logicamente, não faz sentido - já que a distribuição do combustível na região tem como ponto inicial a capital. A distância do frete sempre foi um encarecedor comum.
Apesar disso, a reportagem constatou em Candeias do Jamari, 20 km do centro de Porto Velho, preço máximo de R$ 5,99 por litro de gasolina comum. Em Ouro Preto d’Oeste, a 334 km do centro, o maior valor encontrado foi de R$ 6,87. Em Vilhena, município limítrofe de Rondônia, notamos preços entre R$ 6,92 e R$ 7,06.
O
Rondoniaovivo tentou contato, via ligação e mensagem, com o Sindicato dos Postos Revendedores de Rondônia (Sindipetro) para buscar informações em relação ao aumento de preço. Não atenderam.
FOTO: Posto de combustível de Porto Velho. Reprodução de EUIDEAL
Razões sem soluções
Historicamente, consumidores da região Norte pagam mais caro por combustíveis. Parte disso se dá pela
privatização das refinarias da região (2 Ream Manaus e Ascelem Bahia), pela movimentação do
Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), pela dependência que o Brasil tem de refinarias estrangeiras, pelas políticas federais de paridade de preço com o mercado internacional e, no caso específico de Rondônia, pelo cartel dos postos de combustíveis - localizados especialmente em Porto Velho.
Uma
Comissão Especial de Inquérito (CEI), investigação parecida com as CPIs federais, realizada pela Câmara Municipal da capital no ano passado, concluiu que existem fortes indícios de cartelização em Porto Velho. À época, os vereadores passados debatiam ‘medidas eficazes’ e ‘políticas regulatórias’ para combater o reajuste desenfreado de preços.
Na prática, o resultado foi pizza.
À época, o Ministério de Minas e Energia acionou a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de Minas Gerais e do Distrito Federal para investigar possíveis abusos.
O
Rondoniaovivo tentou contato, via e-mail e telefone, com o Procon de Rondônia e o Governo do Estado, questionando acerca da fiscalização do aumento. Não responderam até a publicação deste conteúdo.