Todo o combustível clandestino que foi apreendido na operação será doado para entidades filantrópicas e órgãos do município
Foto: Divulgação
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A Polícia Militar Ambiental desarticulou um esquema criminoso da venda de combustível boliviano clandestino na terça-feira (19) em Guajará-Mirim, a 330 quilômetros de Porto Velho. Uma boliviana de 34 anos foi presa em flagrante durante uma fiscalização rotineira no bairro 10 de Abril, que resultou na apreensão de cerca de 1.000 litros de gasolina e óleo diesel, além de dez bicicletas usadas para fazer as vendas e dois adolescentes de 15 e 17 anos, que trabalhavam com os criminosos.
Segundo a Polícia Ambiental, a guarnição estava fazendo uma fiscalização de rotina na Avenida 8 de Dezembro, quando fez uma abordagem a uma mulher suspeita que estava transportando um saco com várias garrafas pet em uma bicicleta.
Ao checar o conteúdo das garrafas plásticas, os policiais descobriram que a suspeita estava vendendo gasolina boliviana nos bairros da cidade, o que é proibido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e se caracteriza crime ambiental conforme a Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais).
A suspeita recebeu voz de prisão em flagrante e teve toda a carga apreendida. Em seguida, a guarnição continuou o patrulhamento e chegou até uma residência onde vários bolivianos estavam reunidos, mas ao perceberem a aproximação dos policiais, todos correram e abandonaram as bicicletas e as cargas.
No local foram apreendidas dez bicicletas e 950 litros de combustível boliviano clandestino, sendo 900 litros de gasolina e 50 litros de óleo diesel. Uma adolescente de 15 anos e o outro de 17, ambos de naturalidade boliviana, foram apreendidos e conduzidos à Delegacia de Polícia Federal.
Todo o combustível clandestino que foi apreendido na operação será doado para entidades filantrópicas e órgãos do município.
Como funcionava o esquema
Conforme a Polícia Ambiental, o fato de Guajará-Mirim estar situada na fronteira com a Bolívia facilita a ação dos criminosos que fazem o contrabando do combustível através de portos clandestinos e fazem a distribuição para os receptadores.
Após chegar aos locais de distribuição, a gasolina e o óleo diesel boliviano são vendidos nas ruas por um preço muito abaixo do que é oferecido nos postos de combustível. Os criminosos estipulavam o valor do litro da gasolina em R$ 2,50 e o do diesel em torno de R$ 2, o que acaba causando um rombo de milhares de reais na economia do município.
De acordo com a Receita Federal, o esquema da compra e venda do combustível clandestino movimenta bastante dinheiro na fronteira com a Bolívia, justamente pela grande atuação das quadrilhas. O órgão não estipulou uma quantidade exata ou aproximada da quantia.
Apesar da compra e venda de combustível clandestino ser ilegal, existe uma grande procura desse serviço pelos condutores de veículos, que procuram driblar o preço dos postos brasileiros adquirindo uma gasolina mais barata e de qualidade mais baixa.
Fiscalizações
A Polícia Ambiental declarou que as fiscalizações serão intensificadas para inibir a prática na região de fronteira. Outros grupos que atuam no mesmo campo criminoso estão sendo investigados.
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