A dor da perda prematura e a angústia por não ter uma resposta plausível para o que aconteceu com a menina Elane Lobato Alves, de apenas 11 anos, que morreu no hospital Cosme e Damião no último domingo (10), têm afetado todos os membros de uma família ago
Foto: Divulgação
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Porto Velho, RO – A dor da perda prematura e a angústia por não ter uma resposta plausível para o que aconteceu com a menina Elane Lobato Alves, de apenas 11 anos, que morreu no hospital Cosme e Damião no último domingo (10), têm afetado todos os membros de uma família agora desolada.
O pai, Antônio Roberto Alves (49), autônomo, conversou com o repórter Pedro Silva, do jornal eletrônico Rondônia Dinâmica, e relatou os últimos três dias de sua filha: das dores nas pernas ao óbito repentino e sem explicações até o momento.
– Ela foi levada duas vezes para a Unidade de Pronto Atendimento da Zona Leste (UPA) aqui em Porto Velho mesmo. Os médicos de lá apenas disseram que ela tinha catapora, doença comum entre crianças e adolescentes. Foi medicada e simplesmente voltou pra casa. Na última vez em que foi à UPA, Elane já estava com muitas dores nas pernas – contou Antônio.
Alves relembrou também ter saído de casa na quinta-feira (07) para trabalhar.
– Minha filha ainda perguntou se eu voltaria para cuidar dela. Na sexta-feira, a levamos para o Cosme e Damião. O médico de plantão realizou os exames de praxe e diagnosticou pneumonia, com suspeita de leptospirose – disse.
A leptospirose é uma doença causada pela urina de ratos e pode atacar os rins, fígado e pulmões; além disso, o enfermo sente constantes calafrios e dores musculares.
Maria Erivaldo Torres Lobato, mãe da garota, contou que o médico disse que sua filha tinha um vírus muito forte.
– Foi me dizendo que o vírus afetava crianças de até doze anos e que o quadro da minha filha era irreversível. Cheguei a perguntar sobre o que se tratava, mas ele desconversou, como se não quisesse dar explicações – revelou.
– Daquele momento em diante ela não reagiu mais. No sábado ela foi entubada e encaminhada a UTI, morrendo às dezesseis horas de domingo – frisou o pai emocionado.
Antônio guarda todos os exames e papéis, desde os remédios que sua filha tomou enquanto estava internada ao atestado de óbito, que acusa a causa da morte como desconhecida.
A família mostrou ao jornalista Pedro Silva laudo em que o médico Josué de La Cruz Rivero, pediatra-infectologista, aponta como causa da morte falência múltipla dos órgãos. O documento foi enviado ao médico legista, com o relatório do quadro da paciente.
Os familiares procuraram o Instituto Médico Legal (IML) e receberam a guia de remoção do corpo da menina e o exame tanatoscópico encaminhados pelo delegado Manuel Segundo Lopes Munõz.
– Isso só aconteceu depois de muita insistência. A partir daí, só agora, serão realizados exames de patologia, a biópsia feita através de tecido do corpo, para apurar as causas da morte – prosseguiu Antônio Roberto.
Eduardo Reinheimer (53), tio da garota, disse que vai denunciar o caso:
– Vamos denunciar o caso no Ministério Público. Isso não pode ficar assim. A menina está bem e de repente morre? Queremos saber a verdade sobre a causa da morte. Se ela tinha algum problema, temos o direito de saber qual o vírus mencionado pelo médico. Por que não foram sinceros conosco? O Cosme e Damião é um hospital de referência, mas queremos saber se houve negligência em nosso caso – finalizou.
Procurada pela reportagem a direção da unidade hospitalar não quis dar maiores detalhes sobre o caso.
O diretor do Cosme e Damião, Sérgio Pereira, limitou-se a dizer que Elane Lobato chegou à unidade em estado grave e recebeu toda a assistência necessária.
– A menina foi avaliada, mas o médico responsável não soube dizer a causa da morte e encaminhou uma papeleta informática com todos as informações do estado da paciente – concluiu.
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