Cassação à vista - Por Valdemir Caldas

Da Redação

06 de Março de 2012 às 08:41

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Foto: Divulgação

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Já é dada como certa a cassação do deputado Valter Araújo, presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia (que continua foragido da justiça), por quebra de decoro parlamentar.

A essa altura do campeonato, com a imagem imersa em um lodaçal fétido, a ALE precisa de um bode expiatório para amainar os ânimos da população e, assim, passar aos desavisados a falsa impressão de que realmente está preocupada com a questão ética. No fundo, não é isso que a move.

O eleitor consciente, quando decide votar em um candidato, o faz acreditando, dentre outras motivações, que o escolhido vai representá-lo da melhor maneira. O mesmo se não pode dizer daquele eleitor canalha, que troca o seu voto por tijolos, telhas, cimento ou uma boquinha no serviço público.

Acredita o cidadão, ainda, que o seu representante vai participar ativamente dos assuntos, debatendo as propostas e apresentando soluções para os problemas da sua cidade, região, ou do estado.

Em se tratado da ALE, contudo, essa tem sido uma cena rara, quase perdida no imaginário da população, acostumada, desde há muito, a conviver com outras posturas no parlamento.

Apesar de tudo, a população ainda alimenta o desejo de a ALE ganhar uma nova indumentária ética. Mas essa mudança não pode ficar restrita apenas a cassação de um de seus membros, acusado de malversar o erário. É preciso ir mais além, alcançando todos os envolvidos no suposto esquema de propina.

Não tenho procuração para defender o presidente Valter Araújo, mas se irregularidades foram cometidas, não é justo mandá-lo sozinho para o matadouro.

O anseio da sociedade por mudança é justo e legítimo. Cabe à Assembléia Legislativa decidir se pretende contribuir para o fortalecimento da democracia ou permanecer mergulhada na mais abjeta desfaçatez. Depois, não adianta chorar o leite derramado.

Direito ao esquecimento

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