PONTE RIO MADEIRA - “Indícios” condenam Rondônia ao atraso - Por Carlos H. Angelo

Difícil concordar com o Lula em alguma coisa. Mas quando ele reclama do TCU não há como contestar. É o único tribunal brasileiro que condena por “indícios” de irregularidades. A legislação estabelece que o ônus da prova cabe a quem acusa. No caso do TCU,

PONTE RIO MADEIRA - “Indícios” condenam Rondônia ao atraso - Por Carlos H. Angelo

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Difícil concordar com o Lula em alguma coisa. Mas quando ele reclama do TCU não há como contestar. É o único tribunal brasileiro que condena por “indícios” de irregularidades. A legislação estabelece que o ônus da prova cabe a quem acusa. No caso do TCU, basta que algum técnico desinformado considere suspeita a obra para que ela seja paralisada de imediato, mesmo que o acusado apresente todas as justificativas para os valores cobrados. Não interessa. Ainda que comprovada a inexistência da irregularidade a empresa acaba sentenciada a arcar com os custos de demissões de trabalhadores, de máquinas paradas e de atrasos no cronograma da obra.

Rondônia está passando, novamente, por uma situação dessas. As obras da ponte sobre o rio Madeira, que tantos atrasos já sofreram por decisão do TCU, estão na iminência de nova paralisação, segundo informa em nota à imprensa o consórcio EMSA/M. Martins, titular do contrato. O TCU encontrou “indícios” de superfaturamento na contratação de pessoal (a diária de um pedreiro está a R$ !00,00 em Porto Velho, caso seja possível contratar algum) e na comparação das obras no rio Madeira com as de outros rios brasileiros.

Não interessa ao TCU se a velocidade da correnteza do Madeira é uma das maiores do mundo, o que eleva sobremaneira o custo das fundações. Da mesma forma é surpreendente o descaso do TCU para com aquilo que interessa à população. Há mais de um mês as justificativas das empresas foram apresentadas, mas o julgamento nunca entra na pauta de julgamentos de suas excelências.

Ou seja: mesmo sem julgamento e apenas por “indícios” fica mantida a penalização, fica estendido o absurdo típico dos tempos de ditadura (primeiro condenar e punir, depois acusar e julgar) até que os ministros resolvam analisar o caso. O problema é ainda mais grave quando se considera a questão do inverno amazônico, que torna proibitiva qualquer investida no leito do rio. Situação favorável como a registrada agora, com as águas atingindo a cota mais baixa dos últimos anos, sabe-se lá quando. E tudo isso porque os nobres ministros mandam parar a obra mas não julgam o caso. E a população de Rondônia que se dane.

Mas não é só isso: a ponte de Abunã teve sua licitação cancelada também graças ao TCU. A obra se arrasta há mais de uma década, sempre obstaculada pelos tais “indícios”, aparentemente insuperáveis. Aliás, nem mesmo as balsas conseguem hoje atravessar o rio, tão baixas estão as águas.

As filas de caminhões têm em média três quilômetros, para uma travessia que retarda a viagem em no mínimo cinco horas, com as balsas ziquezagueando para encontrar passagem entre os bancos de areia. E ainda existe o risco de acidentes graves em função disso. Interessante observar que todos trabalham para viabilizar a saída para o Pacífico, que muitos benefícios trará para a economia da região. O Acre já fez a parte dele, o mesmo acontecendo com os países vizinhos. O gargalo está justamente em Rondônia, na ponte de Abunã. O TCU, como disse Lula, definitivamente aposta no atraso.

Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS