Só faltava essa, o ex-presidente do STICCERO, deposto pela Justiça do Trabalho por fraudes, irregularidades e manobras ilegais no processo eleitoral, Antônio Acácio do Amaral (Força Sindical), tendo sido acusado também de perseguições, ameaças e demissões de vários trabalhadores que se opunham à sua maneira “representar” o sindicato, entrou na última segunda-feira com um pedido de anulação dos acordos e da atual Convenção Histórica, que teve aumentos expressivos de salários e demais benefícios que o sindicato nunca tinha conquistado em 26 anos de existência, firmada pela nova administração do STICCERO, na mesa da presidente do TRT/RO, no último dia 25 de setembro.
Ele pede para que a sua convenção pelega, assinada em 2008, e que trazia salários com pisos desumanos aos trabalhadores do setor, volte a ser praticada pelos empresários da construção civil, numa clara demonstração de serventia e clientelismo aos interesses dos patrões.
Essa piada de muito mau gosto, só vem confirmar a verdadeira linha de trabalho que foi implantada durante a medíocre administração de Amaral, durante quase três anos, à frente do sindicato, que só serviu para empobrecer e massacrar a vida de cada trabalhador e trabalhadora da construção civil, que teve a sua alma vendida em acordos coletivos fraudulentos que aconteciam em cidades do interior entre quatro paredes sem consulta à categoria.
Em sentença decretada, na tarde do último dia 26 de outubro, a Justiça do Trabalho prolatou, em audiência, sobre a questão que envolveu por mais de seis meses a disputa travada por um grupo de quatro trabalhadores que tiveram a coragem de denunciar as irregularidades, encampadas pelo Ministério Público do Trabalho, essa extinta diretoria que desde o princípio das denúncias fora afastada imediatamente pela Juíza Federal, da 6º Vara do Trabalho do Estado de Rondônia, Dra. Andréa Alexandra Barreto Ferreira, por julgar irregular, imoral e ilegal a maneira como tal diretoria assumiu a gestão do sindicato sem a participação ou sequer a aprovação maciça da categoria.
Apesar da relutância e dos frágeis argumentos dos ex-diretores (Antônio Acácio do Amaral e Valdomiro Rodrigues da Silva), que ainda nutriam esperança de reaver os postos perdidos, junto a justiça do Trabalho, a decisão da Excelentíssima Juíza Federal Vara do Trabalho, Dra. Ana Carla dos Reis, foi taxativa ao garantir a permanência da atual administração, nomeada pela mesma, sendo que, além disto, os diretores afastados, nas pessoas dos Srs. Antônio Acácio do Amaral e Valdomiro Rodrigues da Silva, terão que assumir multas no valor de R$ 15 mil reais, em virtude do descumprimento de decisão judicial, revertidos para o FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador, assim como o valor da causa que ficou em R$ 4 mil reais.
Tal decisão, clara e bem fundamentada, na verdade veio apenas reafirmar tudo o que a Justiça já havia determinado e trazer mais segurança à batalha que foi acionada por um grupo de trabalhadores, Raimundo Soares (Toco), Francisco das Chagas (Chaguinha), Altair Donizete e Valderi dos Santos, que decidiram questionar os desmandos e a apatia do sindicato diante dos abusos praticados pelas construtoras que não respeitavam os direitos mais básicos dos trabalhadores.
Na decisão, a Justiça do Trabalho também rechaçou todas as chances da entidade FENATRACOP, de tentar se habilitar a disputar a base sindical dos trabalhadores da construção civil, uma vez que o STICCERO já está há mais de vinte anos vinculado a categoria, e, portanto, é o legítimo detentor da representatividade no Estado de Rondônia, pois foi legalmente constituído em sua base territorial.
Além disso, a Juíza Federal determinou a entrega imediata de todos os bens móveis e imóveis que configuravam o espólio do STICCERO, para que os mesmos fossem levados para a nova sede provisória, pois deverão ser utilizados em usufruto dos trabalhadores que lá comparecem para satisfazer suas dúvidas.
Muitos dos móveis do sindicato, após 26 anos de existência, encontravam na sede da Força Sindical, na Avenida Duque de Caxias nº 1475, em péssimo estado de conservação, a exemplo de cadeiras, bancos de madeira e alguns equipamentos de escritório ultrapassados que certamente nem mais eram usados.
Como documentação por todos esses anos de atividade, a equipe da atual administração recebeu apenas duas caixas de papelão contendo fichas antigas e documentos corroídos pelo tempo.
Em contraste com aquilo que foi a era de sofrimento para os trabalhadores na administração passada, a equipe de comunicação fez questão de registrar a presença do novo veículo de apoio do sindicato comprado 0 km, (ao centro da foto), comprado a vista, em apenas dois meses de atuação da atual administração, provando que, quando se pretende lutar pela categoria, basta apenas uma boa dose de boa vontade e um caminhão de boa fé para com os trabalhadores.
Por fim, Amaral se supera a cada dia em desventuras e loucuras que acabam revoltando ainda mais a classe trabalhadora da construção civil de Rondônia, que fez questão de demonstrar a sua indignação, através dos movimentos de greve geral que paralisaram todas as duas usinas do Madeira, com a situação calamitosa e os desmandos em que se encontravam, dando um basta no descaso e na indiferença dos empresários e multinacionais, que se sentiam bem confortáveis com os acordos e regalos propostos pela batuta daquele que se diz ser sindicalista.