Auditoria Federal no Ipam - Por Valdemir Caldas

Da Redação

05 de Junho de 2008 às 17:07

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Auditoria Federal no Ipam - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Os critérios que norteiam a maioria dos administradores da coisa pública neste país são baseados, quase sempre, em prerrogativas pessoais, familiares e partidárias, ficando o interesse da sociedade relegado a um plano secundário. Muitos procuram ser generosos com os seus*, mas ninguém quer assumir o ônus da impopularidade ocasionado por medidas oportunas e corretas do tipo “doa em quem doer”. Exemplo disso é o que vem acontecendo com o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Públicos do Município de Porto Velho (IPAM). Depois da enxurrada de denúncias feitas pelo presidente do Conselho Municipal Previdenciário (CMP), Raimundo Nonato, contra membros da diretoria, com relevo para o presidente da instituição, João Herbety Peixoto (cunhado do prefeito Roberto Sobrinho), agora, são os proprietários de hospitais, clínicas e laboratórios conveniados que ameaçam suspender o atendimento aos segurados, por falta de pagamento. Enquanto isso, o prefeito insiste em nortear sua ação pela linha do discurso demagógico. Prefere deixar o segurado sem assistência médica a ter que exonerar seu cunhado e, destarte, criar um problema familiar. Ocorre, porém, que essa postura do prefeito, insistindo em manter a cabeça do cunhado grudada ao pescoço, vem conduzindo o Ipam à bancarrota, contrastando, assim, com o que exige o segurado, que é uma instituição sólida, moderna e, principalmente, direcionada para atender suas reais necessidades e de seus dependentes. Afinal, é para isso que ele contribui, mensalmente, com sete por cento da sua remuneração. Medidas paliativas e discursos inócuos, que a nada conduzem, não vão ajudar a resolver as dificuldades estruturais do Ipam. É preciso atacar os problemas de frente, com a implantação de ações concretas e severas, começando pela extirpação da mentalidade vigente. Mas o prefeito se tem mostrado surdo aos apelos do bom senso. Faltam-lhe desprendimento e coragem política para fazer o que é preciso em benefício dos segurados. É isso, ao contrário do que pensam os bobos da corte, que vem sepultando a credibilidade do prefeito junto à opinião pública, que sabe, por experiência própria, que se não faz omelete sem quebrar ovos. Lamentavelmente, o prefeito vem dando prova de que não sabe onde pisa, não conhece bastante os anseios de seus concidadãos e não sabe avaliar as necessidades dos segurados do Ipam, preferindo investir na aquisição e reforma de prédio do que melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à clientela. Pode-se discordar das decisões de um dirigente público, mas nega-lhe méritos, quando eles estão à mostra, não é só desonesto, mas antiético. No caso do Ipam, estamos muito distante disso, já que o interesse coletivo deixou de servir de inspiração e fio condutor à resolução de seus inúmeros percalços. O prefeito considera mais apropriado sair por aí distribuindo palavrões, socos e pontas pés contra desafetos do que agir para evitar a falência do instituto. São por essas (e outras) que o Ipam está na mira do Ministério da Previdência, devendo ser alvo de uma auditoria federal, nos próximos quatro meses, conforme garantiu o presidente do CMP, cujo mandato “a tropa de choque” do prefeito quer tirar, na marra.

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