Acre - Cheia do rio Juruá pode afetar Cruzeiro do Sul

Da Redação

17 de Janeiro de 2008 às 07:13

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Acre - Cheia do rio Juruá pode afetar Cruzeiro do Sul

Foto: Divulgação

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Em Cruzeiro do Sul o rio Juruá está subindo 30 centímetros a cada três horas, situação que deixou a Defesa Civil em estado de total alerta. A preocupação é maior porque em Marechal Thaumaturgo, no alto Juruá, o volume das águas tem se mantido estável, porém a enchente que atingiu centenas de casas na cidade está descendo em direção à segunda maior cidade do estado. Lá o rio já ultrapassou a cota de alerta, que é de 11,80 metros, e no final da tarde de ontem o nível era de 12,28m. O comandante do Corpo de Bombeiros na região, tenente Jamesclei Silva, trabalha na elaboração do relatório de danos que deve ser enviado à capital até amanhã. É justamente essa avaliação da situação em que se encontram as cidades atingidas pela cheia, que o governo do estado aguarda para enviar à Defesa Civil Nacional, comunicando sobre o quadro da enchente no Acre. Com a decretação do estado de emergência em Jordão e Marechal Thaumaturgo, o governo espera receber apoio nacional para auxiliar as famílias atingidas pelas águas. Além de Jordão e Thaumaturgo, no interior acreano, em Sena Madureira o rio Yaco já provoca tensão. Ontem, o nível era de 13,32m, bem próximo da cota de alerta, de 13,50m. Já na capital o sinal de vazante do rio Acre afastou temporariamente o risco de inundação. As águas recuaram de 12, 54m para 11,44m. Outra boa notícia é a vazante também em Xapuri, onde o nível do rio baixou 1,10m nas últimas 24 horas. Com esse monitoramento, a Defesa Civil estadual tem mantido o governador Binho Marques e o vice-governador César Messias, que está acompanhando os trabalhos das equipes no Juruá, informados sobre o “comportamento” dos rios nesse período. Até agora, nas cidades do Vale do Acre não houve registro de nenhuma família atingida pela enchente. Tião Viana propõe mutirão O senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, manifestou ontem, em Rio Branco, sua solidariedade às populações do Vale do Juruá e das cabeceiras do rio Tarauacá, incluindo o município do Jordão, que vêm sendo atingidas pelas cheias dos rios da região. Falando em cadeia de rádio durante o programa do radialista Washington Aquino, da Difusora Acreana, o senador disse que vai recorrer ao governo federal para ajudar as populações das regiões alagadas inclusive com a distribuição de alimentos e para a criação de um mutirão de socorro às vítimas. “A gente sabe que quem tem a casa alagada, quem é obrigado a passar noites e noites em vigília ao pouco que tem, não tem condições de trabalhar e, portanto, de garantir o sustento da família. É por isso que vamos ao governo federal em busca de cestas de alimentos para socorrer esses nossos irmãos”, disse o senador. “A gente sabe que, no Juruá, o rio já está acima de 12 metros do seu leito normal – e ao chegar aos 13 metros já causa inundação – o bairro da Lagoa, um dos mais pobres de Cruzeiro do Sul, já está atingindo muitas casas; o Miritizal e o bairro da Várzea são dois bairros também ameaçados, e é por isso que há muita preocupação de nossa parte em relação a essas populações”, disse o senador. “Nós tivemos chuvas nos últimos dias na região de Marechal Taumaturgo e o governador Binho Marques e o vice-governador César Messias passaram a executar um programa de socorro às vítimas, com o envio de três toneladas de alimentos para Marechal Taumaturgo, Porto Walter – para cada município – e eu me coloquei à disposição, com o vice-governador César Messias, para que a Defesa Civil nacional, fazendo a dimensão das necessidades, possa ajudar no socorro. Eu irei pedir à Defesa Civil nacional para que possa enviar alimentos através de aviões da Fab para as populações do Juruá. Nós estamos acompanhando com preocupação esse movimento que é conseqüência de um fenômeno natural de alteração climática, com o maior volume de chuvas na região amazônica com o aquecimento do mar. Além de estarmos preparados para isso, nós temos que ser muito solidários com as populações – homens, mulheres e crianças fortemente atingidos pelas forças da natureza”, disse o senador. Tião Viana afirmou ainda que é preciso o poder público ficar cada vez mais atento porque o volume de água do rio Moa também é preocupante. “Em todo o Acre, os rios estão mostrando sua força; o Muru, em Tarauacá, o Amônia e todos os demais rios das nossas cabeceiras estão com água alta. Então, temos que a presença do poder público e a solidariedade à comunidade. É por isso que estarei indo lá, inclusive numa visita aos índios Yanawá, para tentar ajudar aos nossos irmãos que sofrem neste momento”, afirmou Tião Viana. Na aldeia dos Yanawá, às margens do rio Gregório, em Tarauacá, no próximo dia 22, o senador participa da solenidade de entrega de quatro barcos e quatro equipamentos para o funcionamento de casas de farinhas – tudo no valor de R$ 67 mil, um convênio mantido entre a Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Florestal (Seaprof) e governo federal. Os recursos são oriundos do Ministério do Desenvolvimento Agrário e o gabinete local do senador Tião Viana, através da assessora Sílvia Monteiro, funcionou como articulador dos interesses dos índios. 30 centímetros a cada três horas. essa é a velocidade em que sobe o nivel do rio juruá. *VEJA TAMBÉM * Acre - Cheia de rios atinge mais de 3 mil famílias * Defesa Civil fica em alerta com subida do rio Madeira

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