ARTIGO - RONDÔNIA - Um Estado sem identidade - Por: Antônio Fonseca¹

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Foto: Divulgação

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*Seguindo o exemplo dos administradores da capital, as autoridades estaduais dançam um autêntico “samba do crioulo doido”, quando trata-se de datas comemorativas. Ao invés de comemorarem as datas de criação de Porto Velho e do Estado de Rondônia, as autoridades apresentam uns festejos fajutos nas datas de instalação, tanto do Município quanto do Estado, para muito autênticos “engana povo”. *A maioria dos profissionais de Imprensa, alguns nascidos aqui, outros com alguns quilômetros rodados no barro e na poeira de Porto Velho, ficam fulo da vida com estas “comemorações”, inclusive eu, que bato perna nesta cidade de 1956 , quando sai de Belém do Pará, até 1971; e de 1977 até agora, com a graça de Deus e da Virgem de Nazaré. *Só para refrescar a memória dos incautos, o Município de Porto Velho foi criado pela Lei 757, de 2 de outubro de 1914, aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, e sancionada pelo então governador Jônathas de Freitas Pedrosa. Ninguém, até hoje, precisou ao certo a data de seu nascimento (fundação). *Alguns poucos creditam a data de 4 de julho de 1907 como certa, outros em maio de 1907. A maioria diz que muito antes destas datas já havia movimentação nos barracões, na beira do Madeira, onde foram instalados a estação inicial e as oficinas da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. A instalação de PVh deu-se no dia 24 de janeiro de 1915. Porto Velho foi sede do município em 1915, porém, pela Lei 1.011, de 7 de julho de 1919, é que foi elevado à categoria de cidade. *Quanto ao Estado, as “festividades” seguem na mesma linha das do Município: isto é, fora dos padrões normais de outras cidades brasileiras, que comemoram a criação, e não a instalação. Se não vejamos: o Estado de Rondônia foi criado pela Lei Complementar 041, de 22 de dezembro de 1981, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo. *A instalação do Estado deu-se no dia 4 de janeiro de 1982, com a posse do governador Jorge Teixeira, Teixeirão e secretariado. Pois bem, as “comemorações” só são realizadas nesta data. E como ficam as datas de criação do Município e do Estado? Para completar, apresentaram durante o Jubileu de Prata de instalação do Estado “atrações” meramente politiqueiras e fora da realidade como a exposição sobre Santos Dumont. *Ô Zé Mané! O centenário do nascimento do Dumont, o Pai da Aviação foi no ano passado e o país todo comemorou sob a batuta da Rede Globo, escancaradamente aliada do Governo Lula. Tanto a Administração Municipal quanto a Estadual nunca deram e não vão dar a mínima para as comemorações nas datas certas, que são as de criação de Porto Velho, a capital, e a do Estado. Para as atividades culturais com os artistas “pratas de casa”, valorizando nossa gente e a nossa cultura, então, sem se fala. *O Município e o Estado querem mais é que as atividades culturais se lixem. Não apóiam ninguém. Os órgãos nem se manifestam. Enquanto cidades como Manaus, Belém, Rio Branco, alguns municípios do Amazonas e do Pará promovem seus artistas em festivais (de música e de frutas, que vão do abacaxi à melancia) de fazer inveja, as nossas manifestações culturais estão enquadradas abaixo de zero, bem dentro do ralo mesmo. *Quem quiser ser produtor cultural ou artista, principalmente em Porto Velho, vai morrer de fome. O apoio que a Prefeitura dá é para grupos de forró (com mulheres seminuas e rebolados que deixam os marmanjos babando, em cima e em baixo) e para o Carnaval Fora de Época, quando as bandas levam todo o dinheiro do Zé Povinho. *Enquanto isso, fala-se na “redenção” da cidade com a construção das duas hidrelétricas do Madeira. Se forem construídas mesmo. Qual a infra-estrutura da cidade? Cadê o saneamento básico? Na periferia a criminalidade impera. Tem nêgo vendendo a janta para comprar o almoço do outro dia. E a politicalha continua brigando entre si. *Então tá! Veja a frente de Porto Velho, é uma porcaria. Quem chega de barco toma um susto. De noite então, a gente pensa que está chegando na Transilvânia, morada do Drácula, filho do Satanás e primo do Lobisomem. A cidade está que é só buraco. Dá uma passadinha nas ruas do Bairro Agenor de Carvalho só para confirmar o que estou denunciando. *Minha mãe, dona Mariana, mora desde 1982, na rua Jacy Paraná, entre as ruas Um e Dois, no Agenor de Carvalho. Naquele trecho nem o diabo passa com medo de ficar atolado de dia e assaltado a noite. O Sobrinho, que despacha no Palácio “Tancredo Neves”, disse em maio do ano passado, e prometeu pela Imprensa, que ia trabalhar, sanear e asfaltar o Agenor. Não deus as caras e os moradores estão “putos da vida” com ele. As eleições vêm aí! Dizem eles. *As chuvas estão mostrando a verdadeira “cara” de Porto Velho. 2007 promete! As eleições municipais estão chegando. Os inferninhos políticos vão estar fervilhando, com os diabinhos da política local planejando diabruras mil, dando rasteira em cobra e jogando sujo com seus antigos aliados. Tenho dito, esperem para ver. *¹Antônio Fonseca é Jornalista/Radialista e Líder Comunitário. Fundador/1º presidente e atual Conselheiro da Presidência da Associação de Moradores do Bairro Nova Porto Velho.
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