ACRE -Manifesto exige ações judiciais contra Rondônia e Mato Grosso

Da Redação

28 de Setembro de 2007 às 07:13

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ACRE -Manifesto exige ações judiciais contra Rondônia e Mato Grosso

Foto: Divulgação

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*Dezenas de representantes de entidades estiveram reunidas ontem na Sala de Internet da Assembléia Legislativa do Estado (Interlegis) para definir estratégias no combate às queimadas no Estado. O coordenador do movimento, deputado estadual Moisés Diniz (PC do B) pediu o apoio de todos os membros de associações, sindicatos, escolas e de toda sociedade civil para combater as tentativas de devastação da Amazônia, realizadas hoje através de desmate e queimadas ilegais no Acre e em Estados como Rondônia e Mato Grosso. *Moisés Diniz defendeu a proposta para que o Acre impetre uma ação na Justiça contra os Estados de Rondônia e do Mato Grosso e mobilizou a sociedade a reagir contra a fumaça que tem levado milhares de acreanos aos hospitais e até à morte nos últimos três meses. Segundo Moisés, os prejuízos causados ao Acre por conta das queimadas são incontáveis, indo desde o fechamento de escolas à perda de produção de milhares de hectares de terras na Capital e interior. *O deputado apresentou um documento assinado por todas as lideranças de entidades intitulado "Documento em Defesa do Acre e da Vida", no qual é solicitada a opinião de especialistas do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipan), Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Universidade Federal do Acre (Ufac), Ibama, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério do Meio Ambiente. "Queremos que os procuradores e promotores que farão o documento ouçam todos esses órgãos e o Ministério da Saúde. Precisamos nos informar sobre o quanto o Acre e suas prefeituras gastaram com as queimadas na Amazônia. Queremos saber o cálculo sobre os prejuízos materiais e humanos", disse Moisés. *Segundo Moisés, nos últimos sete anos, o Acre apresentou 7 mil focos de queimadas enquanto Rondônia apresentou 4 mil em dez dias e o Mato Grosso 17 mil também em dez dias. "Nós vamos fazer a nossa parte. Vamos protestar, fazer passeatas e mobilizar a sociedade contra as queimadas. Queremos que o governador Jorge Viana entre na Justiça Federal contra os Estados de Rondônia e Mato Grosso. Queremos ainda que o Itamarati acione a Justiça contra o departamento de Pando - Bolívia, que tem queimado tanto quanto o Estado de Rondônia", finalizou Moisés. *Veja opiniões sobre as queimadas *Pascal Khalil: vereador do PC do B *- "Essa iniciativa tira de dentro de cada acreano a angústia dos prejuízos materiais e humanos causados nos últimos meses com as queimadas. Nós não somos os únicos e principais responsáveis por essa fumaça que invadiu o Estado, por isso eu parabenizo o deputado Moisés Diniz pela ousadia de iniciar essa luta e lembro que estamos respirando produto químico que nos mata". *EVARISTO DE LUCA: empresário *"Nós estamos respirando gás carbônico diariamente no meio da floresta. E, na semana passada, eu me vi voltando às ruas como na época da ditadura para protestar contra essas queimadas. Precisamos exigir condições melhores para nossa sobrevivência, embora tenhamos nossa parcela de culpa nesse problema. Pode parecer loucura, mas sugiro que façamos 5 anos de moratória no Acre sem derrubar e sem queimar uma árvore". *JUAREZ LEITÃO: deputado estadual do PT *"Sabemos que os focos de incêndios do Acre não são muito, mas eles existem. Nesse momento a minha preocupação não é política, mas como iremos solucionar essa questão para que menos pessoas sejam penalizadas com essas queimadas. Na semana passada eu apresentei um Requerimento na Aleac pedindo a ajuda de uma força-tarefa do Ministério do Meio Ambiente, mas foi prejudicado pela ausência dos deputados. Esta semana tenho certeza que será aprovado e iremos em busca dessa ajuda". *ALMERINDA CUNHA: sindicalista "Continuamos combatendo as queimadas e todas as ações interesseiras que visam apenas o lucro, mas eu sugiro que quando consultássemos os advogados que irão preparar a ação contra Rondônia e Mato Grosso que nós formássemos a Caravana da Sobrevivência, onde iríamos mobilizar um grupo de pessoas que acampassem em frente ao Palácio do governo de Rondônia e depois seguiríamos para o Mato Grosso. Mas antes nós temos que rever o nosso lado, depois cuidaríamos também dos vizinhos".

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