Nos anos recentes, as mulheres formaram 62% da audiência adulta do Oscar. O Super Bowl tem uma divisão de gênero bem melhor dividida, com mulheres somando 47% do público acima de 18 anos.
Foto: Divulgação
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A escassez de blockbusters e a queda significativa no número de casas com a TV ligada conspiraram para uma queda em uma das premiações mais formidáveis da TV. A audiência da noite da 92ª edição do Oscar, ou Academy Awards, na ABC, foi a menor de todos os tempos nos Estados Unidos.
De acordo com dados diários da Nielsen, esta última edição da premiação teve, em média, 23,6 milhões de espectadores na TV. A segunda menor marca foi registrada dois anos atrás, quando a ABC teve uma média de 26,5 milhões.
A queda foi de 20% se comparada com a transmissão de 2019, que teve um público de 29,6 milhões. Em apenas quatro anos, a transmissão do Oscar viu quase metade de seus telespectadores cobiçados pelos anunciantes desaparecerem, em uma taxa que é mais acelerada do que as perdas que as emissoras têm enfrentado na sua programação de entretenimento no mesmo período de tempo. Desde 2016, as quatro maiores programadoras viram 32% das suas impressões comerciais para programas roteirizados e não-esportivos desaparecer.
Nos anos recentes, as mulheres formaram 62% da audiência adulta do Oscar. O Super Bowl tem uma divisão de gênero bem melhor dividida, com mulheres somando 47% do público acima de 18 anos.
Ainda que esses 23,6 milhões de telespectadores se qualifiquem como uma audiência grande em uma era de fragmentação acelerada da mídia, a cerimônia do Academy Awards não é mais o evento mais top entre os bailes de gala anuais. A edição deste ano do Grammy ultrapassou a audiência do Oscar entre o público de 18 a 49 anos. Em janeiro, a CBS superou a ABC por um décimo, mas obteve uma vitória muito mais convincente em 2012, quando a premiação de música teve 14.1 pontos de audiência. No mesmo ano, o Oscar atingiu 13 pontos.
O entusiasmo para acompanhar o Oscar deste ano pode ter sido abafado pela lista de indicados. Ainda que Parasita tenha merecido a estatueta de Melhor Filme, um longa de língua estrangeira que faturou US$ 35,5 milhões em cinemas dos Estados Unidos não é exatamente o tipo de fator que ajuda a aumentar a audiência da TV. Disputando entre Fora de Série e Stuber, Parasita foi a 98ª maior bilheteria de 2019.
A mesma dinâmica se deu entre as categorias de atuação. Joaquin Phoenix representou o único blockbuster que entrou para o grupo dos ganhadores. O papel principal de Phoenix em Coringa, filme que arrecadou US$ 335 milhões, o fez ganhar Melhor Ator no campo que incluía dois protagonistas da Netflix (Adam Driver, em História de Um Casamento, e Anthony Hopkins, em Dois Papas) assim como Antonio Banderas no filme em espanhol Dor e Glória.
Também disputando o prêmio de Melhor Ator estava Leonardo DiCaprio, com seu papel em Era Uma Vez… Em Hollywood, que apareceu bem proeminente nas noites do Oscar. Na época em que a 70ª edição do Oscar foi ao ar, Titanic, de James Cameron, havia ganho US$ 339,7 milhões na bilheteria doméstica, o tornando o maior money-maker da história do Oscar. Sem surpresas, a popularidade do filme foi traduzida nas entregas televisivas: os 55,3 milhões de telespectadores que sintonizaram na ABC em 23 de março de 1998, criaram um recorde que ainda está em aberto para ser superado.
De acordo com o iSpot.tv., entre as empresas e marcas que mais investiram na transmissão da 92ª edição estiveram: Cadillac, Verizon, Rolex, Hulu, M&Ms, Quibi, Adobe, Google, McDonald’s e Samsung Mobile. A SQAD MediaCosts estima que o préço médio cobrado para os anunciantes que anunciaram no intervalo comercial do Oscar foi de US$ 1,9 milhão. Alguns comerciais de 30 segundos, no entanto, podem ter custado cerca de US$ 2,3 milhões.
Por Anthony Crupi, do Advertising Age
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