EXCLUSIVO - Carranca do antigo Mercado Municipal é localizada e entregue a Secel - Fotos e Vídeo

A Carranca, confeccionada de cimento e cal, datada possivelmente da época da conclusão do antigo mercado em 1950. Mas pode ser um pouco mais antiga, já que o prédio teve sua construção em 1915.

EXCLUSIVO - Carranca do antigo Mercado Municipal é localizada e entregue a Secel - Fotos e Vídeo

Foto: Divulgação

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Porto Velho, quinta-feira, dois de junho de 2011, 10h30. Uma equipe de repórteres do Rondoniaovivo de posse da informação de localização de um artefato histórico, saiu a campo para tentar efetuar o resgate do patrimônio histórico ao povo de Rondônia.
A referida peça é uma Carranca que fazia parte do projeto arquitetônico do antigo Mercado Municipal de Porto Velho, localizado em frente ao Palácio Getulio Vargas. Uma peça de valor histórico que estava “esquecida” pelos gestores do nosso patrimônio numa pequena oficina de fibra de vidro, a menos de 100 metros da sede do Ministério Público Federal, na Rua Abunã.
A Carranca, confeccionada de cimento e cal, data possivelmente da época da conclusão do antigo mercado em 1950. Mas pode ser um pouco mais antiga, já que a construção foi iniciada em 1915. No prédio público existiam várias outras Carrancas que adornavam as portas em arco do mercado, com peso estimado de aproximadamente 20 quilos cada peça. A concepção arquitetônica do prédio lembrava o estilo “art-decort”, muito comum no início do século XX, com o design da Carranca se inserindo neste estilo.
De acordo com Silvio Moreira, profissional que foi contratado para a replicação das peças históricas, ele recebeu a Carranca do “pessoal” da prefeitura. Retirou o excesso de tinta e confeccionou um molde em fibra de vidro, que foi usado para a concretagem das que estão afixadas atualmente na réplica do antigo mercado. Silvio também disse que na confecção das carrancas atuais, apenas o nariz e a sobrancelha diferem um pouco da original. “As réplicas são pouca coisa diferentes. Dei uma melhorada no nariz e arrumei a expressão da testa”. Um pequeno descuido se comparado ao crime consumado, ao jogarem no chão, as colunas e paredes remanescentes do prédio tombado. A obra foi inaugurada em maio de 2009. Foram gastos pouco mais de 1milhão de reias. Fique bem claro que não houve nenhum processo de restauração do prédio histórico, sendo o atual prédio uma simples "cópia" do original. Os tijolos e piso do antigo prédio pode até ter sido usado como aterro.
Silvio disse que nunca mais ninguém da prefeitura foi atrás do objeto que estava jogado num canto da oficina. Já passaram cerca de três anos da saída da peça original para produção de forma. Também mostrou outra Carranca do antigo mercado que está quebrada em quatro pedaços. Silvio garantiu que vai “arrumá-la” e proceder a entrega oficial ao poder público.
RESGATANDO
 A equipe do Rondoniaovivo recebeu de Silvio o artefato histórico e levou até a Secel – Secretaria Estadual de Cultura e Lazer,
comandada atualmente por Francisco Leilson (Chicão). A direção do jornal decidiu entregar ao Estado, já que a prefeitura deu mostras que supostamente não se importa com o patrimônio histórico. Vide a própria carranca, vide a denúncia de suposto furto de peças históricas do museu da EFMM, vide uma reforma de 11 milhões de qualidade estrutural  duvidosa no entorno da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. A equipe do Rondoniaovivo também não levou ao IPHAN, já que na representação do órgão federal em Rondônia não reconhecemos nenhum diligente defensor de nossa história.
Na Secel fomos recebidos pelo secretário Chicão, pela professora Nazaré e pelo museólogo Antonio Ocampo que acolheram a Carranca. Um termo de entrega de peça histórica foi protocolado no ato. Ocampo disse que a peça tem valor histórico e deve ser preservada, agradecendo a ação reparatória do “seu jornal eletrônico”.
O secretário Chicão disse que a peça vai passar um processo de restauração e que deve vir a ser incorporada ao Museu de Rondônia ou ainda ser firmado um pacto para a devolução e até exposição no saguão do atual Mercado Cultural.
HISTÓRIA
Segundo artigo publicado por Antonio Serpa do Amaral , “três ataques fulminantes botaram abaixo o lendário Mercado Municipal. Primeiro foi o incêndio de 1966, quando foi consumido pelas chamas que se suspeita tenham começado na taberna de Enilson Ribeiro. Antes que se pensasse em restaurá-lo, a administração pública municipal, comandada à época por Sebastião Valadares, o entregou ilicitamente de presente ao Grupo Tourinho, que lhe induziu à morte precoce e construiu sobre sua carcaça o Edifício Rio Madeira. E por fim, o tiro de misericórdia: a destruição completa do sítio residual, a título de construção de um complexo cultural. Com seu gesto, o PT se igualou ao 5º BEC que, ao chegar aqui em 1965, pôs abaixo o Morro do Querosene e tratou com descaso os bens da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. O coturno e a ideologia bateram continência para o autoritarismo”.
Na época da demolição do prédio, o articulista cultural cunhou também “Roberto Sobrinho sua índole de destruidor da memória social do povo de Rondônia”.
Desta forma foi resgatado um “pedaço” de nossa história que se dependesse dos gestores municipais, continuariam esquecidos num monte de areia. Falta responsabilidade no trato do nosso patrimônio. Rondônia necessita de um choque de gestão e fiscalização no setor histórico.
Direito ao esquecimento

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