Embaixatriz ofereceu R$ 80 mil pelo assassinato do marido; prisões foram decretadas

Apesar de muito já ter sido apurado em pouco mais de 48 horas de investigação, a polícia informou, no entanto, que o caso não está encerrado.

Embaixatriz ofereceu R$ 80 mil pelo assassinato do marido; prisões foram decretadas

Foto: Divulgação

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A Justiça fluminense, segundo informou a Polícia Civil, decretou na noite desta sexta-feira (30) a prisão temporária de três pessoas por envolvimento na morte do embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, de 59 anos. O corpo do grego e um carro alugado por ele foram encontrados carbonizados próximo ao Arco Metropolitano, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

De acordo com o delegado Evaristo Pontes Magalhães, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o crime foi passional e há fortes indícios da participação da mulher de Kyriakos, Françoise Souza Oliveira, de 40 anos, com quem o embaixador tinha uma relação há 15 anos e uma filha de dez. Além dela, foram apontados pelo crime o PM Sérgio Gomes Moreira Filho, de 29 anos, amante de Françoise; e o primo dele, Eduardo Moreira de Melo, 24.

Os três tiveram a prisão decretada no plantão judiciário desta sexta, mas, até as 20h30, a informação não havia sido confirmada pelo Tribunal de Justiça. À noite, o trio seguia detido na delegacia, em Belford Roxo, e deveria ser levado a presídios neste sábado (31).

Em coletiva de imprensa na Cidade da Polícia, no Jacaré, o delegado responsável disse que o PM e o primo dele confessaram o crime. Eduardo, primo do militar, disse aos policiais que o assassinato foi planejado pelo PM e pela mulher do embaixador, que teria oferecido pessoalmente R$ 80 mil para que ele ajudasse na ação. Em depoimento, a viúva negou ter oferecido o dinheiro.

“Quando Eduardo chega [à delegacia], ele se revolta, entende como uma traição, e aí resolve revelar toda a trama criminosa. Ele falou que no dia anterior [domingo (25)], foi convidado por Sérgio e Françoise para planejar a morte [do embaixador].”

Embora Françoise não tenha confessado participação no crime, a mulher admitiu que sabia que o marido tinha sido assassinado pelo PM, com quem mantinha um relacionamento há seis meses. O militar era conhecido da família e costumava cuidar da casa que o embaixador mantinha em Nova Iguaçu. Confrontada pelos policiais, Françoise contou aos agentes que sabia do crime.

“Conseguimos demonstrar para ela que ela não tinha mais saída. (…) Aí, ela cai em contradição, cai em prantos e começa a relatar que o policial militar tinha sido o autor daquele crime de homicídio contra o esposo. [Ela] Disse que não queria que acontecesse, que não tinha culpa, que não tinha como ter evitado”, explicou o delegado. Magalhães disse que Eduardo não sabia que a vítima era um embaixador.

Apesar de muito já ter sido apurado em pouco mais de 48 horas de investigação, a polícia informou, no entanto, que o caso não está encerrado. “A investigação é complexa e há muitas informações a serem esclarecidas ainda”, explicou Evaristo Magalhães.

Pelo apurado até agora, o embaixador foi morto dentro de uma casa onde ele se hospedava quando ia à Baixada visitar a família da mulher. A polícia realizou uma perícia no local e encontrou um sofá com manchas de sangue, mas a arma do crime não foi localizada.

Em depoimento, Sérgio disse que lutou com o grego e usou a arma que estaria com o diplomata para atirar nele. A polícia não encontrou nenhuma arma de fogo e investiga se o embaixador foi esfaqueado já que, de acordo com depoimentos de vizinhos, ninguém ouviu o som de disparos no apartamento.

“Ele [Sérgio] disse que entrou em desespero, que não sabia o que fazer e buscou auxílio de um primo, e os dois, então, vão dar cabo do embaixador”, explicou o delegado.

O delegado disse que Françoise afirmou em depoimento que chegou em casa de madrugada e não viu nada. Ela, então, perguntou ao PM porque o sofá estava molhado. O militar revelou a ela que tinha matado o embaixador.

No depoimento, o PM diz que, logo depois e com a ajuda do primo, retirou o corpo da casa usando o carro que tinha sido alugado pelo embaixador. Sérgio ainda rodou com o cadáver, mas só decidiu incendiar o veículo no dia seguinte ao asssassinato. O policial contratou um mototaxista para levá-lo ao local onde estava o carro, no Arco Metropolitano, e ateou fogo no veículo.
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