Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, vai receber o atestado de óbito da filha dois anos e meio depois do desaparecimento da modelo. A expedição do documento, divulgada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais nesta terça (14), foi determinada pela juiza Marixa Fabiane Lopes, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, no último dia 11.
O documento aponta que Eliza foi morta por asfixia em Vespasiano, na Grande BH, em 10 de junho de 2010. A juíza se baseou no artigo 63 no Código de Processo Penal e artigo 7º do Código Civil para que o pedido, formulado pela mãe de Eliza e pelo Ministério Público, seja atendido.
— Se já existe uma decisão que reconhece a morte da vítima, não faz sentido determinar que seus genitores ou seu herdeiro percorram a via-crúcis de outro processo para obterem outra sentença judicial que declare a morte de Eliza Samúdio.
Para o advogado do goleiro, Lúcio Adolfo da Silva, não há elementos que comprovem a morte de Eliza.
— Quero saber com que elemento a juíza vai se basear para determinar como esta moça morreu. Acredito também que não seja competência dela determinar isso. A verdade é que todo mundo está trabalhando para comprometer a defesa dele.
A mãe de Eliza, Sônia Fátima de Moura, saía com o neto do consultório de psicologia, onde o filho do goleiro recebe atendimento, quando soube da autorização judicial para o atestado.
— Isso mostra a certeza da Justiça de que ela está morta. Isso é o reconhecimento da morte.
Sônia ainda busca os restos mortais da filha, apesar do Ministério Público garantir que Eliza foi esquartejada. Em nenhum momento ela cita o nome de Bruno ou dos demais acusados.
— No meu coração de mãe, tenho esperança de saber. Gostaria que a Justiça tivesse meios para tirar deles o que foi feito com o corpo. Não quero ter só a certidão de óbito, mas também os restos. Ou, pelo menos, que o assassino conte o que fez com ela, que tenha misericórdia. Tem uma criança que sofre muito e vai sofrer mais ainda por não saber o que aconteceu com a mãe.
Nesta terça, a Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário do ex-atleta do Flamengo. O Ministério Público quer rastrear a movimentação na conta para saber se Bruno destinou recursos para os envolvidos no sequestro e cárcere da modelo. O período entre janeiro e julho de 2010 vai ser analisado pela acusação - quando Bruno recebia cerca de R$ 250 mil mensais do Flamengo.
No dia 4 de março, Bruno, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Dayane Rodrigues vão a julgamento pelo sequestro e morte da ex-modelo. Em novembro de 2012, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro foram condenados a 15 e 5 anos de prisão, respectivamente.