O PIB Verde e as vocações da Amazônia, por Mara Paraguassu

Por Mara Paraguassu

O PIB Verde e as vocações da Amazônia, por Mara Paraguassu

Foto: Divulgação

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irá calcular as riquezas ambientais do Brasil para se estabelecer o Produto Interno Verde (PIV), quando saberemos se o país apenas consume o patrimônio ecológico nacional ou produz riqueza com os serviços ambientais prestados pelos diferentes e ricos ecossistemas.

Para compor não um índice mas o que a lei (nº 13.493/2017) sancionada pelo presidente Michel Temer denomina de “sistema de contas econômicas ambientais,”  dados tradicionais que compõem o Produto Interno Brasileiro (PIB) e critérios exclusivamente ambientais serão considerados em metodologia para o cálculo que ainda será debatida pelo Congresso Nacional e instituições públicas.

Todo mundo sabe que os recursos naturais do Brasil são consumidos com a volúpia desenfreada dos que insistem em negar que há maior valor econômico à floresta em pé do que no chão. As vocações da Amazônia, para falar apenas do ecossistema mais rico do planeta, são absurdamente ignoradas quando não há pesquisadores, cientistas e investimentos decentes no orçamento da União.

A produção de riqueza com os serviços ambientais é incipiente. Ela só ocorrerá para valer quando as vocações econômicas naturais da Amazônia receberem tratamento ao menos igualitário ao que é dado ao pecuarista extensivo da região, que acessa créditos e financiamentos públicos.

No “Livro de Ouro da Amazônia”, João Meirelles Filho, um ex-pecuarista que despertou para o potencial destrutivo de séculos perpetrado contra a região, lista doze talentos formidáveis capazes de produzir riqueza para muitas gerações e aumentar o PIB nacional sem precedentes.

Eles são serviços ambientais; água; minerais; a produção de solo; a energia das plantas; a farmácia da floresta; a vocação madeireira; produtos florestais não madeireiros; alimentos vegetais; artesanato; aquicultura, pesca de subsistência e pesca esportiva e, por último, ecoturismo e estudos do meio.

Esse conjunto de competências precisa ser conhecido, avaliado e explorado com apoio político, tecnologia, educação, conhecimento, investimentos em pesquisas de longo prazo e cientistas preparados. É inadmissível vivermos nas trevas da ignorância em relação às possiblidades ofertadas pelas milhares espécies de plantas da floresta, desconhecidas em sua quase totalidade.  

Contabilizar a riqueza ecológica do Brasil é importante, nações ricas já o fazem, mas conhece-la e transformá-la para redução da desigualdade latente tem sido um exercício malfeito, descontinuado, incapaz de provocar no brasileiro a vontade de conhecer a região que totaliza 60% do território nacional.

Pesquisa

Pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo em abril revelou que apenas 6,5% do total de mais de 70% que viajaria este ano pelo Brasil gostaria de conhecer a região amazônica. Embora tenha havido alguma mudança, a elite despreza, preferindo comer pipocas num parque da Flórida do que visitar região excitante e plena de vida.    

Projeto

A lei sancionada pelo presidente Temer é de autoria do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) e desde 2012 tramitava no Congresso Nacional. Será complexo contabilizar no conjunto de riquezas do país variáveis ligadas ao princípio da economia verde, como sustentabilidade social e ambiental. É um começo, e um debate que exige forte envolvimento do governo, tutor do rico patrimônio ambiental brasileiro.

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