Surpreende e preocupa, nesta campanha eleitoral para o governo do estado, o grau de despreparo de certos candidatos, especialmente na abordagem de temas importantes como saúde, segurança pública e educação.
O debate realizado na Unir, na noite de segunda-feira (16), e transmitido por uma emissora de televisão, provavelmente deixou na cabeça do eleitor que o assistiu um misto de perplexidade e indignação.
Ninguém apresentou propostas consistentes. Quem esperava assistir uma discussão sadia e construtiva dos problemas rondonienses e, conseqüentemente, qual a saída para solucioná-los, caiu do cavalo.
O que se viu, no entanto, foi muita embromação e frases de efeito, sem nenhum conteúdo prático, enfim, um festival de baboseiras. Quem não compareceu não ganhou nem perdeu nada.
Na vã tentativa de agradar a comunidade acadêmica, houve quem prometesse implantar uma fundação de amparo à pesquisa. Pudera! O debate foi realizado numa universidade. Era o mínimo que o candidato poderia dizer. É muita cara de pau!
O pior é que ainda há pessoas que acreditam nessas asneiras, nas promessas messiânicas desses falsos profetas, que só se preocupam com o povo no período eleitoral.
O eleitor precisa ficar atento para não cair na conversa afiada desses enganadores contumazes da consciência social. As declarações programáticas, por mais bonitas que pareçam, se não exprimirem a vontade do povo, se não forem a expressão da verdade, de nada valerão.
Nenhum dos candidatos, porém, tem o cordão para acabar com os problemas sociais num passe de mágica e transformar o estado num novo paraíso. Isso é utopia.
O sucessor de Cassol já fará muito se continuar aplicando corretamente o erário, escolher prioridades ajustadas aos anseios do povo, combater o desperdício e a corrupção, além de estimular o esforço individual, implantando uma política administrativa voltada, essencialmente, para o bem-estar da população.
Neste momento difícil da vida estadual, o importante é que cada rondoniense procure se conscientizar de que estamos todos no mesmo barco em meio à borrasca e que, por isso mesmo, é preciso que cada um participe e colabore efetivamente.
Estamos às vésperas de escolher o novo comandante-em-chefe do estado de Rondônia. Trata-se de um processo que, se não diretamente, o abracadabra para um período de felicidade plena, de mesas fartas, de educação, saúde e segurança pública de qualidade, como tentam assegurar alguns postulantes, mas de um ato de grandeza cívica, pelo qual o povo tem a oportunidade legítima de escolher aquele que vai conduzir seus destinos.
Louvável a idéia da reitoria da UNIR de colocar os candidatos frente a frente para tentarem expor suas propostas de governo, mas o debate um foi um fiasco. Até agora, nenhum deles conseguiu fazer-me desistir de anular o voto.
Ao eleitor incauto, um aviso: muita atenção, antes de digitar o número do candidato de sua preferência, para, depois, não chorar o leite derramado. No fundo, essa gente não está nem aí para os nossos problemas e as nossas necessidades. Querem, mesmo, é chegar ao poder para acumular fortuna e desfrutar das mordomias e facilidades que o cargo oferece.