Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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Texto de 29.01 celebra “Dia do Jornalista”, que foi terça: ambos estão certos e tem mais

 


1 – DIA MÚLTIPLO

 

“PORTO VELHO - Nesta quinta-feira (29) é comemorado o ‘Dia do Jornalista” e a correspondência do ‘Portal Amazônia’, em Porto Velho, traçou o perfil dos profissionais da área e pesquisou sobre o mercado de trabalho no Estado”. O texto aí aspado é o primeiro parágrafo da reportagem intitulada “Dia do Jornalista: pesquisa apresenta perfil do profissional em Porto Velho”, assinada por Dalila Nogueira Pinto, naturalmente atuando como correspondente local do “Portal” em questão. Que vem a ser, na realidade, o site da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, a afiliada da Rede Globo com sede em Manaus (AM) e que aqui Capital é representada pela TV Rondônia.

 

Nesta terça-feira (07.04), no entanto, este repórter e mais uma pá de profissionais do setor andaram sendo efusivamente cumprimentados pelo transcurso do “Dia do Jornalista”. Mas a quinta-feira (29) referida por Dalila Nogueira lá atrás como a data da efeméride é do mês de janeiro. De onde alguém que se perguntar em tom algo exigente – Ora bolas! Qual é a data, afinal, dessa celebração? – estará não mais do que exercendo seu legítimo direito de ser informado corretamente. Pois bem, qual é o “Dia do jornalista”? Aí é que a porca torce o rabo.

 

Considerado, só no mês de janeiro tem dois. Tem o dia 24, data do padroeiro da profissão, São Francisco de Sales (1567-1622), notabilizado pela utilização de panfletos para a evangelização. E tem esse da reportagem do “Portal Amazônia”, 29, que vem a ser uma homenagem ao jornalista e abolicionista José do Patrocínio, que faleceu nesta data. Já o dia 07 de abril foi instituído pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, em 22 de novembro de 1830. O movimento popular gerado por sua morte levou à abdicação de D. Pedro I, no dia 07 de abril de 1831. Um século depois, em 1931, para lembrar o acontecimento, esta foi a data indicada como o "Dia do Jornalista".

 

2 – PERFIL EM PVH

 

Daqui até o final do ano, porém, o que não vai faltar é dia em que os jornalistas estarão novamente sendo cumprimentados pelo transcurso do seu dia. Logo no mês que vem, tem o dia 03, que habitualmente é também considerado o “Dia do Jornalista” por ser o “Dia da Liberdade de Imprensa”, decretado pela ONU em 1993. Um mês depois tem o 1º de junho, “Dia da Imprensa” que durante 192 anos foi comemorado em 10 de setembro, data em que começou a circular “A Gazeta do Rio de Janeiro”. Devido a contestações de historiadores, o dia mudou para 1º de junho, data de nascimento do "Correio Braziliense", em Londres. Detalhe: as duas publicações são do mesmo ano – 1808.

 

Tem ainda o dia 05 de maio (Dias das Comunicações), o 02 de setembro (Dia do Repórter Fotográfico), o 07 de novembro (dia do Radialista), o 20 de janeiro (Dia do Apresentador de Rádio e TV), o 16 de fevereiro (Dia do Repórter), sem falar no “Dia Mundial do Jornalista”, que levando em conta o maior número de profissionais comemorando seria o 08 de novembro (Dia do Jornalista na China), ou considerando a imprensa mais influente do planeta, o 08 de agosto (Dia do Jornalista nos EUA). Enfim, como se preveniu, não será por falta de data é que os jornalistas vão ficar sem comemorar.

 

Importa, no entanto, saber quem é esse profissional e a quantas anda a profissão, principalmente aqui. Neste sentido, o trabalho da jornalista Dalila Nogueira para o “Portal Amazônia” cumpre primorosamente o que promete no título, qual seja, apresentar um perfil desse profissional em Porto Velho. Razão pela qual, seguem-se alguns dos trechos mais importantes.

 

“Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas (Sinjor), Marcos Grutzmacher, 75% dos jornalistas em RO são provisionados, 15% são profissionais com registro; 05% não têm diploma e 05% dos que atuam na profissão não têm registro por não completarem o ensino médio. Cursos - No estado há três instituições de ensino que oferecem o curso de jornalismo, ao custo mensal cerca de R$ 415.”

 

3 – PAIXÃO INSACIÁVEL

 

“A Universidade Federal de Rondônia (Unir) oferece o curso em Vilhena, a 775 km da capital. Duas instituições particulares formam profissionais na capital e somam, em média, sete turmas de jornalismo. Remuneração - O baixo salário é um alto obstáculo para os recém-graduados. Segundo o gerente de jornalismo da TV Rondônia, Solano Ferreira, a profissão é de grande responsabilidade social, mas a baixa remuneração não corresponde com o status do jornalismo.”

 “O piso salarial é de R$ 1.024,75 e a área que melhor paga é a assessoria. As acadêmicas do 7° período de jornalismo da Uniron, Judite Félix e Dalila Nogueira Pinto e a jornalista Monique Joner traçaram o perfil do profissional em Porto Velho. O estudo revelou que a maioria dos jornalistas na capital acredita que a formação é importante para preparar o profissional... As pesquisadoras concluíram que os jornalistas da região percebem a importância de repensar e discutir sobre a profissão e participam constantemente de palestras e encontros sobre o assunto”. E por aí foi.

 

Até o momento, este aplicado trabalho de Dalila Nogueira foi a melhor homenagem feita aos jornalistas este ano, cujo texto completo pode ser encontrado na primeira ocorrência do “Google” para “29 janeiro jornalista”.

 

 “Pois o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e torná-lo humano por sua confrontação descarnada com a realidade. Ninguém que não o tenha sofrido pode imaginar essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida. Ninguém que não o tenha vivido pode conceber, sequer, o que é essa palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderá persistir num ofício tão incompreensível e voraz, cuja obra se acaba depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não permite um instante de paz enquanto não se recomeça com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.” (Gabriel García Márquez). Inté.

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